Associação Cívica de Moradores de Alfornelos

A Associação Cívica de Moradores de Alfornelos necessita da participação de quem pretenda fazer de Alfornelos um melhor local para viver.
Por esse motivo convidamo-lo a fazer-se associado e a contribuir com as suas ideias.
Se pretende fazer-se associado, tem dúvidas, comentários ou sugestões a fazer-nos, p.f. envie mensagem para:
acma.pt@gmail.com

02 novembro 2004

Cópia integral da carta remetida ao Instituto do Ambiente com os comentários e a posição da Comissão Civica de Moradores de Alfornelos, em 02 de Novembro de 2004, sobre o Estudo Ambiental das Alterações ao Projecto do IC17/CRIL - Sublanço Buraca-Pontinha, incluindo ligações, datado de Setembro 2004.



Instituto do Ambiente
A/C Exmo. Sr. Presidente
Eng. João António Nobre Gonçalves
Rua da Murgueira, Zambujal
2721-865 Amadora

Reg. c/ AR

Alfornelos, 02 de Novembro de 2004


Assunto: “IC17/CRIL – Sublanço Buraca/Pontinha, incluindo Ligações
Projecto de Execução” – Estudo Ambiental das Alterações ao Projecto


Cc: Exmo. Sr. Ministro do Ambiente e Ordenamento do Território
Exmo. Sr. Provedor de Justiça


Excelência,

Na sequência da colocação em consulta pública do estudo ambiental das alterações ao projecto, relativamente aos supracitados empreendimentos, vem por este meio esta Comissão Cívica, e de acordo com os prazos legalmente estatuídos, responder à referida consulta da seguinte forma:

1. Foi com agrado que tomou esta comissão conhecimento da existência da presente consulta pública. Contudo, e como não há bela sem senão, desde já lamentamos o prazo extremamente curto concedido para pronunciamento da referida população, ou seja, os dez dias teoricamente concedidos não o foram efectivamente, senão vejamos;

1.1. Só na quarta-feira, dia 27 de Outubro de 2004, o Instituto do Ambiente disponibilizou o referido projecto para apreciação.

1.2. Só na quinta-feira, dia 28 de Outubro, afirmou o referido Instituto dispôr de plantas com cotas e escalas.

1.3. O período de 30 de Outubro a 01 de Novembro constituiu um fim de semana prolongado, facto que obviamente impossibilita um maior debate e uma presença ainda mais alargada de moradores nas reuniões levadas a cabo com vista a debater toda esta problemática.

1.4. O dia 02 de Novembro de 2004 constitui-se como a data limite para entrega da contestação pública.

2. Pelo atrás exposto vem, desde já, esta comissão solicitar a V.Exa. um prazo mais alargado de consulta pública dado que o prazo concedido foi manifestamente insuficiente.

3. Relativamente ao projecto propriamente dito, ressaltam diversas questões que obviamente não podemos, nem devemos, deixar passar em claro, a saber;

Aspectos que consideramos positivos

a) Somos sensíveis ao facto de ter ocorrido uma alteração nos empreendimentos previstos para a zona circundante de Alfornelos e, nomeadamente, no respeitante ao ripar da directriz do IC16 – Radial da Pontinha, em terrenos do actual bairro da Azinhaga dos Besouros.

b) Somos sensíveis ao facto de se ter adoptado um tipo de betuminoso que possibilita uma redução da perturbação acústica (betuminoso modificado de borracha – BMB), pese embora o facto de considerarmos que o efeito é pouco mais que residual na medida em que apenas reduz, segundo o próprio estudo, 5 a 6 dB(A), facto manifestamente insuficiente.

c) Somos ainda sensíveis ao facto deste estudo ambiental se traduzir aparentemente, numa tentativa de estudo bem mais aprofundado e sério do que o anterior, colocado à consideração no final de 2003, facto claramente notório do ponto de vista técnico, do ponto de vista ambiental ou até mesmo do ponto de vista jurídico.

d) Congratulamo-nos com o facto de, pela primeira vez, nos ser apresentada uma carta de ruído para Alfornelos, algo que não ocorreu no anterior EIA. Na verdade, este facto revela-se de extrema importância, dado Alfornelos constituir sem dúvida um dos aglomerados com maior densidade populacional. Para além disso, há que salientar que as principais áreas de incidência dos impactes ao nível de ruído se situam precisamente nas traseiras dos edifícios, (dado tratar-se da zona adjacente aos futuros troços de auto-estrada), onde se localizam as principais zonas de descanso de todo o edificado, ou seja, a esmagadora maioria dos quartos.

e) Nesta perspectiva congratulamo-nos com o facto de, pela primeira vez, nos depararmos com o balizar de diversas matérias, para as quais esta mesma comissão havia suscitado inúmeras dúvidas e questões junto dos respectivos orgãos da tutela e, refira-se, para os quais infelizmente, até à data, ainda não havia obtido qualquer tipo de resposta.

f) Concordamos com os autores do Estudo ambiental em como não faz o mínimo sentido a existência do ramo 7 A, no nó do Falcão, sendo nossa firme convicção que o próprio nó só contribuirá para o sistemático atravessamento da freguesia de Alfornelos, não a favorecendo minimamente, constituindo-se apenas como mais um requisito das Câmaras Municipais de Amadora e Odivelas e, nomeadamente, com o propósito de clara valorização urbanística dos terrenos situados no perímetro compreendido no denominado Projecto de Urbanização da Falagueira – Venda Nova.

Aspectos que consideramos negativos

a) Consideramos obviamente negativo o facto de não terem sequer sido tidas em consideração as alternativas propostas por Alfornelos e, nomeadamente, no respeitante ao ripar da directriz do IC17 – CRIL, para terrenos expectantes situados a poente da freguesia, ou seja, para o outro lado do monte de Alfornelos. Em processo de consulta pública ao anterior EIA, Alfornelos aproveitou para enunciar um total de 4 (quatro) propostas alternativas, mediante a elaboração e entrega do documento intitulado “Tomada de posição e comentários”, tendo então sido entregues inúmeras cópias junto da esmagadora maioria das entidades contactadas e, nomeadamente, das que directamente tutelam os empreendimentos em apreço. O citado documento encontra-se publicado na página de internet com o endereço
http://cril-alfornelos-ic16.blogspot.com, tendo inclusive sido amplamente divulgado em reuniões, sessões públicas, e em orgãos de comunicação social como a televisão, rádios e inúmera imprensa escrita.
As nossas propostas, contrariamente ao legalmente estabelecido, não foram rebatidas ou sequer tidas em consideração.

b) Consideramos obviamente negativo o facto de não se ter equacionado a efectivação do túnel em plena Azinhaga dos Besouros, facto que reduziria drasticamente os impactes previstos nas populações residentes, seja em Alfornelos ou na Pontinha. Recorrendo na maior parte do traçado ao sistema “cut & cover”, igualmente previsto para os restantes túneis, e com a diferença de cotas registada que possibilita uma pendente não muito acentuada, consideramos que seria com relativa facilidade técnica que o mesmo seria construído a contento da generalidade dos respectivos residentes.

c) Consideramos que, contrariamente ao indicado neste EA, não há uma efectiva articulação de vias de grande tráfego com a rede viária local, como o demonstra o facto de tanto vias radiais de grande tráfego (Ex. IC16 e Radial de Benfica), como vias de tráfego local (Ex. Rua Maria Veleda e Estrada da Correia) entroncarem conjuntamente com outras vias numa mesma rotunda, a saber, a denominada Rotunda de Benfica. Relembramos que, para a referida rotunda, encontra-se previsto um tráfego superior a 100.000 veículos / dia, que a jusante da mesma (Av. Marechal Teixeira Rebelo) se situa inúmera sinalização semafórica e que o tráfego obedece a fortes movimentos pendulares, factos que contribuirão certamente para a existência de fortes congestionamentos de tráfego. Nesta perspectiva, ninguém poderá entrar e/ou sair de Alfornelos, situação agravada pelo tráfego parasita que circulará entre as rotunda de Alfornelos, Pedralvas e Benfica.

d) Saliência para o facto de registarmos o alargamento de forma considerável da Rotunda de Benfica, comparativamente ao anterior projecto, facto que obviamente se traduzirá em ainda maiores volumes de tráfego.

e) Consideramos que, tendo em conta a figura 1.h.1 boa parte dos edifícios da freguesia de Alfornelos encontram-se claramente dentro da Faixa “non aedificandi” definida de acordo com o regime legal em vigor. Este facto revela que, teria de ocorrer uma demolição quase generalizada de boa parte do edificado de Alfornelos, de molde a permitir respeitar os referidos quesitos legislativos.

f) Consideramos que, no respeitante à passagem do IC17 – CRIL na encosta de Alfornelos, o EA limitou-se à mera enumeração dos impactes de ordem visual, deliberadamente omitindo os restantes;

1) A poluíção atmosférica (gases e particulas) causada por um volume de tráfego superior a 70.000 veículos / dia.

2) A poluição sonora que ultrapassa todos os máximos de ruído permitidos, quer se trate de período diurno ou nocturno. Nesta perspectiva refira-se que este é um problema que emerge em todo o traçado como se pode concluir pela leitura do 2º parágrafo da página 60.

3) Os impressionante impactes provocados na escola EB 2+3 de Alfornelos, situada em terrenos adjacentes à referida via, tornando claramente inviável o seu bom funcionamento (é no mínimo curioso como se refere na pág. 30, uma creche “Colinho da Rute”, referidos impactes e necessidade de relocalização, não se assumindo os mesmo critérios de objectividade no respeitante à escola de Alfornelos).

4) O efeito-barreira criado entre a referida escola e o bairro de Alfornelos, facto para o qual o EA, se limita a propôr a criação de uma zona de atravessamento pedonal, algo que consideramos manifestamente insuficiente. Aliás, nesta matéria, há a considerar óbvias questões de falta de segurança, porquanto não se encontram referenciadas quaisquer tipo de garantias ou quem se responsabilizará pelo atravessamento diário de peões, nomeadamente de centenas de crianças, nos dois ramos de acesso à CRIL (4.A e 4.B).

5) A criação de uma profunda zona de ensombramento do edificado adjacente, com inerente redução do período de exposição solar e consequente redução das condições de habitabilidade.

6) A deslocação e depósito de cerca de 25% dos excendentes de terra, correspondendo a 200.000 toneladas, que se prevê venham a ser depositados na encosta de Alfornelos, com todos os inconvenientes que tal situação suscita, nomeadamente com possiveis abatimentos e deslizamentos de terras e eventuais danos patrimoniais aos edifícios contíguos.

7) O aglomerado de intrincadas questões técnicas que o citado troço apresenta, com inerentes reflexos no erário público, algo que se revelaria totalmente desnecessário caso fosse aceite a deslocalização da escola, ou caso a directriz da via se efectuasse mediante o atravessamento dos actuais terrenos da Falagueira.

8) O explicitado no ponto anterior, encontra-se bem patente no final da página 53 e início da página 54 do EA e, nomeadamente, na parte onde se refere que “A passagem da CRIL na encosta de Alfornelos encontra condicionantes de espaço, situação que, associada ao grande desnível, dificulta a inserção do traçado.”

9) Curioso salientar que se tenha como positivo (página 57), o facto de “os edifícios de grande altura identificados na Colina do Sol / Alfornelos, e por serem de grande altura e densidade, acabam por esconder, na quase totalidade, esta encosta face à envolvente, mesmo quando respeita a edifícios próximos;” SEM COMENTÁRIOS; com esta afirmação, doravante, viveremos todos muito mais felizes e contentes !!!!!!!!

g) Podemos apenas depreender que a introdução da designada Rotunda de Alfornelos se deva a uma exigência da Câmara Municipal da Amadora, por se situar este empreendimento em terreno contíguo aos terrenos da Falagueira. Em concreto consideramos que, em alturas de grande congestionamento de tráfego, esta apenas contribuirá para o atravessamento da freguesia por mais um contínuo de veículos (trafego parasita), algo indesejável e que obviamente não corresponde à nossas mais legítimas pretensões.

h) Consideramos como extremamente significativo o tipo de lexico utilizado. Com efeito, é repetidamente referido o termo “minimização” não se recorrendo nunca ao termo “anulação” quando os técnicos se pretendem referir aos impactes registados. Apenas no caso dos túneis o ruído é totalmente anulado, pese embora o impacte na zona de emboquilhamento dos mesmos. Veja-se, a título de exemplo, o mencionado na página 6 do EA, Identificação das Medidas Mitigadoras, onde se refere que “… a validação de novas medidas propostas no sentido de minimizar, tanto quanto possível, os impactes negativos identificados;”

i) Consideramos extremamente gravoso e com consequências irremediáveis para a toda a sócio-economia local assim como para as condições de habitabiliade dos residentes em Alfornelos, a ocupação expressiva dos poucos solos existentes, derivado a um entrelaçar de vias de necessidade claramente duvidosa. Efectivamente, e de acordo com a proposta de Alfornelos, que reune o consenso de todas as 6 comissões de moradores integrantes da denominada Plataforma Comum, de forma simples, com impactes reduzidissimos e com custos bem menores, seriam os referidos empreendimentos viabilizados.

j) É no mínimo curioso que, na página 9, o EA refira: “Este sublanço da CRIL encontra-se projectado para uma velocidade de 80 km/hora, determinando um desenvolvimento algo conflituoso com a envolvente biofísica e social, exigindo raios de curvatura em planta, e inclinações, relativamente acentuadas, bem como o recurso a estruturas de suporte, algumas as quais com relevante complexidade”. Tal facto, vem apenas reforçar a nossa profunda estranheza relativamente aos factos que impossibilitam a não discussão da proposta de Alfornelos, uma vez que nada disto ocorreria. Aqui se prova, mais uma vez, que apenas meros interesses urbanísticos de cariz acentuadamente duvidoso (Projecto de Urbanização da Falagueira – Venda Nova), se atravessam no que deveria constituir o bem comum e a defesa dos legítimos interesses das populações, direitos constitucionalmente consagrados.

k) Mantém-se a situação enumerada e rejeitada pelo anterior EIA de criação de ilhas residenciais, facto que ocorrerá indubitavelmente com a nossa freguesia que se verá rodeada de aproximadamente 200.000 veículos / dia (a título comparativo refira-se que, segundo números oficiais do IEP, em 1998, o somatório dos veículos que transitavam nas Pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, ascendia a 172.000/dia).

l) Não encontramos enumerados ou sequer equacionados os inúmeros cursos de água subterrâneos e a complexa hidrologia que pontifica em toda a área onde Alfornelos se situa, lacuna que reputamos como de muito grave. Sobre esta matéria colocam-se-nos interrogações quanto a eventuais consequências para toda a região derivadas de possiveis inundações.

m) Não registamos nenhum estudo geológico da zona sabendo nós que, aparentemente, no essencial, o mesmo apresentará características muito semelhantes às apresentadas na zona do Túnel do Marquês, em Lisboa.

n) Consideramos ser ainda de referir os impactes que obviamente ocorrerão nos restantes bairros que connosco comungam do mesmo tipo de preocupações, assim como de toda a problemática causada em matéria da obrigatoriedade que a todos incumbe de salvaguarda do património arquitectónico e edificado que como vemos continua a não ter no presente caso, na nossa perspectiva, o tipo de solução que tal situação requereria. Constitui, em nosso entender, um crime contra a humanidade a amputação de parte do Aqueduto das Águas Livres e das Francesas, bem como a afectação das Portas de Benfica e a demolição do imóvel da Quinta dos Lilases, considerado no Estudo como não tendo interesse.

o) Não aceitamos, nem aceitaremos nunca, como é natural, que o resultado do relatório da AIA do anterior projecto tivesse resultado num chumbo do mesmo e que, o Sr. ex-Secretário de Estado do Ambiente se tenha achado no direito de o aprovar, pese embora o tenha efectuado de forma condicionada !

p) Não aceitamos, nem aceitaremos nunca, que o EA refira na página 7 que “… as soluções encontradas decorrem de um amplo diálogo envolvendo todas as entidades…” quando apesar de todas as nossas insistências, esta comissão não foi até à presente data recebida pela respectiva tutela.

q) Não aceitamos, nem aceitaremos nunca, que Alfornelos, em termos de RLPS, possa ser caracterizada como zona mista, porquanto a sua fortissima densidade populacional, certamente uma das maiores do país, mais que justifica que seja naturalmente considerada como zona sensível. Este simples facto, como é óbvio, subverte completamente a realidade dos factos assim como todos os parâmetros pelos quais o EA se deveria reger. A este respeito a COBA ou o IEP deveriam demonstrar sobre que factos baseiam tal caraterização, que não reflecte o que resulta do Census 2001.

r) Não aceitamos, nem aceitaremos nunca, que se possa pretender demolir edifícios, contrariamente ao pretendido pelos seus legítimos proprietários, quando a solução proposta por Alfornelos evitaria a demoliação de todo e qualquer imóvel. Perguntamo-nos, afinal a quem serve esta solução do IEP ???

s) Estranhamos que, pese embora o facto da obra ainda se encontrar em consulta pública, por coincidência ou talvez não, desde há vários meses que temos vindo a assistir à colocação de grande quantidade de gruas, máquinas diversas e contentores no estaleiro referido na página 63: “área afecta ao estaleiro de empresa e construção civil que há cerca de 25 anos se encontra instalado neste local e que será afectado pela cosntrução da CRIL.” Não acreditamos em coincidências pelo que, mais uma vez, registamos que tudo tem vindo a ser devidamente premeditado e acordado entre as diversas entidades sem conhecimento dos directamente afectados, a saber, a população e respectivas comissões de moradores.

t) Preocupa-nos seriamente que seja o IEP, enquanto dono da obra, a entidade que irá superintender à boa execução dos empreendimentos e respectiva conformidade com a legislação em vigor quando, até ao momento, nunca o fez.
Consideramos que, nesta matéria, o Ministério do Ambiente deveria constituir-se como um fiel da balança e que inclusivé seria importante constituirem-se grupos de trabalho com inclusão de membros das diversas comissões de moradores.

u) Mais uma vez, não ficou demonstrado o custo/beneficio das opções tomadas pelo IEP, o que contraria a legislação existente em termos de obras públicas.

v) Para que não restem dúvidas, este procedimento administrativo, arrasa com mais de 20 artigos da Constituição da República Portuguesa, com o tratado da União Europeia, com todas as directivas comunitárias sobre ambiente e desenvolvimento sustentável, protocolo de Quioto, assim como a legislação existente em termos de ambiente, saúde, urbanismo e ordenamento do território, pelo que se estranha vivamente que o Estado Português, respectivas entidades que tutelam os citados empreendimentos e respectivas autarquias possam dar cobertura a que o mesmo possa avançar. Caso o façam, responderão por dolo, para além de toda a má-fé negocial que presidiu durante todos estes meses de “supostas negociações” que se revelaram de todo em todo inconsequentes.

w) O citado no ponto anterior, transforma os respectivos orgãos em entidades cível e criminalmente responsáveis para com todo o conjunto populacional afectado, pelo que não serão de modo algum poupados ao apurar das respectivas responsabilidades caso a decisão final seja contrária a tudo o que desde há muito vimos defendendo.

4. Em todo este processo, entendemos que a tutela tem actuado como litigante de má fé, incorrendo sucessivamente num acto de clara denegação de justiça, nem sequer respondendo aos ofícios que lhe são endereçados, contrariando deste modo o disposto nos art.º 9º e 61º e inibindo os direitos consignados no art. 53º do Código de Procedimento Administrativo.

5. Em conclusão, mais uma vez refutamos total e inequivocamente o facto de meros interesses especulativos imobiliários se constituirem, no conceito da tutela, como mais importantes que os da saúde e bem-estar dos seus cidadãos! Estamos a falar, obviamente, do Projecto de Urbanização da Falagueira-Venda Nova, de autoria do Sr. Arq. Bruno Soares, datado de Junho de 2002, o qual alude à existência de um Consórcio que integra o Estado Português, a autarquia e diversas entidades privadas, nomeadamente diversas empresas do sector da construção civil.

Pelo atrás exposto, e porque não conseguimos entender que os interesses vitais dos cidadãos sejam tão notória e flagrantemente negligenciados, vimos por este meio requerer a V.Exa. a emissão de parecer desfavorável relativamente às opções do IEP e da C.M.A., evitando deste modo eventuais recursos a orgãos judiciais e às entidades comunitárias competentes nestas matérias.
Este recurso, pensamos nós, não seria benéfico para nenhuma das partes envolvidas pelo que está nas mãos de V.Exa. o poder evitá-lo, assim como o evitar de um sentimento de antipatia generalizada por parte da população, que tais factos viriam certamente a acarretar.

No pressuposto de que V.Exa, não deixará de atender favoravelmente as nossas legítimas pretensões,

Com os melhores cumprimentos, subscrevemo-nos,

A Comissão Cívica de Moradores de Alfornelos
Em anexo:Cópia da proposta de Alfornelos, também conhecida como “Solução C”.

25 outubro 2004

RECORTE - JORNAL DE NOTÍCIAS - 25/Outubro/2004

Amadora
Câmara e população contra CRIL

Milene Matos Silva

A nova proposta do Instituto das Estradas de Portugal (IEP) para a conclusão do troço da CRIL (ligação entre a Pontinha e a Buraca), é contestada pela Câmara Municipal da Amadora e pelas comissões de moradores da zona do traçado.

A autarquia e as várias comissões de moradores acusam o IEP de não ter introduzido as alterações ao projecto necessárias à defesa dos interesses das populações, limitando-se a pôr em discussão pública o projecto antigo com modificações que já tinham sido anunciadas
.

Vítor Farola, da Comissão de Moradores de Alfornelos, considera que neste projecto «a freguesia continua emparedada. Numa área de dois quilómetros quadrados, onde residem 14 mil pessoas, passam a existir três grandes vias: CRIL, IC16 e Radial de Benfica», acusa. E lamenta que, apesar de terem sido feitos registos dos pareceres das populações no anterior processo de consulta pública, «nada tenha sido tido em conta».

No entender de Carlos Perry da Câmara, representante da Comissão de Moradores da Venda Nova, este estudo «corresponde à proposta apresentada em Março, pelo anterior Executivo». A construção de um túnel à passagem pelo bairro de Santa Cruz e nas Pedralvas (em Benfica, Lisboa) são alterações «insuficientes porque não reflectem os interesses da população», adianta. Mantêm-se, assim, o nó na Damaia, contestado pela população, o viaduto nas portas de Benfica e a construção de três vias em Alfornelos.

A solução agora apresentada «é igual à anterior, com pequenas alterações de cosmética», critica o vereador responsável pela rede viária na Câmara da Amadora (CMA). Neste projecto, «não estão previstas as diminuições do impacte da via. Continuamos a ter um túnel muito curto na zona do bairro de Santa Cruz de Benfica, provocando muito ruído. A passagem pelas Portas de Benfica continua a ser feita em viaduto, passando a escassos metros de prédios de habitação. Não é preservado o Aqueduto das Águas Livres nem se evita o emparedamento da população de Alfornelos», acusa o vereador.


08 agosto 2004

\RECORTE\ - PÚBLICO - 04-08-2004 - 12h56


Plataforma Comum de Comissões Cívicas de MoradoresCRIL: moradores querem mais tempo para discutir traçado

Os moradores dos bairros de Santa Cruz, Damaia, Venda Nova, Portas de Benfica, Pedralvas e Alfornelos pretendem o alargamento do prazo para entregarem um projecto alternativo ao traçado final da CRIL.

O plano dos moradores, que se juntaram numa denominada Plataforma Comum de Comissões Cívicas de Moradores, ainda só foi dado a conhecer à Câmara da Amadora, e apesar de estar prevista a entrega do projecto, ainda esta semana, no ministério das Obras Públicas, a plataforma defende que lhe deve ser dado mais tempo.

A plataforma pretende em concreto obter do Governo mais dois meses, o tempo que alegam que o novo executivo demorou a instalar-se, para continuar a discutir o "seu" denominado "Projecto C" para o último troço da Circular Regional Interna de Lisboa (CRIL).

No entanto, os moradores asseguraram hoje em conferência de imprensa que o "Projecto C" já está pronto desde Dezembro de 2003.

O prazo de discussão das novas propostas termina a 20 de Agosto, e depois desta data é aberto o concurso público para a construção da CRIL, sendo que o Governo ainda só tem em mãos o trajecto apresentado pelo Instituto de Estradas de Portugal (IEP).

Segundo Victor Farola, da Comissão de Moradores de Alfornelos, o traçado do IEP afecta directamente cerca de 30 mil pessoas.

"O Projecto C poupa 950 metros de estrada, 30 prédios, indemnizações e o ambiente", afirmou Victor Farola, acrescentado que, além da alteração do traçado, os moradores pretendem que o último troço da CRIL seja na sua maioria um túnel.

Os representantes dos moradores lamentaram o facto de seu plano aparentemente não interessar à Câmara da Amadora, com quem já tiveram quatro reuniões desde Janeiro sobre o assunto, e acusaram o IEP de se "fechar à discussão com as populações".

Para já, vão enviar ao Ministério das Obras Públicas e ao IEP o "Projecto C", e se o diálogo não resultar prometem recorrer aos tribunais.

23 julho 2004




 
/RECORTE/ - www.portugaldiario.iol.pt  23-07-2004 17:15  

CRIL: ministra da Cultura subscreve abaixo-assinado

Prostesto contra destruição de parte do Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa  
Duas mil e setecentas pessoas, entre elas a actual ministra da Cultura, subscreveram um abaixo-assinado contra a destruição de parte do Aqueduto das Águas Livres, Lisboa, por onde deverá passar a Circular Regional Exterior de Lisboa (CRIL).

O documento começou a ser realizado em Março pela Associação Ofícios do Património e da Reabilitação Urbana, que o vai entregar, a partir de hoje, a entidades como a Presidência da República, ministérios do Ordenamento, Obras Públicas e da Cultura, Câmaras Municipais da Amadora, Lisboa, Odivelas e Sintra, Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e EPAL.

"Esperamos que este movimento encontre receptividade junto das entidades responsáveis, tanto mais que a actual ministra da Cultura, Maria João Bustorff, foi uma das primeiras signatárias do abaixo- assinado, ainda antes da sua recente nomeação para o cargo", refere a associação em comunicado.

Até ao momento, foram recolhidas 2.700 assinaturas de pessoas que pretendem ver salvaguardada a integridade do Aqueduto das Águas Livres, que consideram "estar ameaçado de destruição numa extensão de 240 metros - 185 metros do aqueduto principal e 55 do aqueduto das Francesas" - na zona onde está prevista a passagem do último troço da CRIL, na zona Buraca/Damaia.

No mesmo comunicado, a associação defende ainda que a CRIL deve ser feita a um nível inferior, alegando que tal é "tecnicamente possível", como demonstram estudos entretanto realizados.

Visa ainda a candidatura do monumento à lista de locais classificados como Património Mundial da UNESCO e o aproveitamento imediato das águas que continuam a ser conduzidas pelo aqueduto para regas e limpezas urbanas.

"No futuro, a requalificação urbana da Serra da Carregueira poderá também prever a recuperação da salubridade da água, cuja qualidade é reconhecida, o que permitiria alimentar os chafarizes da rede de distribuição de Lisboa", sugere.

Entre os subscritores destacam-se 200 cidadãos estrangeiros de cerca de 30 países e muitos profissionais ligados à museologia e à conservação do Património, assim como professores, economistas, gestores, diplomatas, jornalistas e empresários.

O abaixo-assinado foi ainda subscrito pelos deputados João Cravinho, José Medeiros Ferreira e Leonor Coutinho, pelo arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, pelo director do Fórum Europeu de Museus, Massimo Negri, e pela presidente do Conselho do Património do Rio de Janeiro, Zoe Noronha Chagas Freitas.
A associação organizou já duas visitas ao monumento e às zonas ameaçadas e continua a recolher assinaturas através do +site+ da Internet www.oprurb.org.

Os problemas em torno da definição do último troço da CRIL levaram já o Partido Ecologista "Os Verdes" a exigir, quinta-feira, esclarecimentos ao Governo, alegando que as propostas mais recentes podem causar danos irreversíveis no ambiente.

A deputada ecologista Isabel Castro acusa a Câmara da Amadora de ter apresentado recentemente uma proposta com "soluções pouco claras" relativamente ao novo traçado da CRIL, entre a Buraca e a Pontinha.

Numa conferência de imprensa no passado dia 15, a autarquia ameaçou "vetar" o projecto do Instituto de Estradas de Portugal para o último troço da CRIL, caso não fossem resolvidos os problemas do "emparedamento" de Alfornelos e das demolições na Venda Nova, e propôs uma solução para o troço Buraca-Pontinha que prevê a abertura de um túnel da Venda Nova à Buraca e a ligação a Lisboa através de túneis.



18 julho 2004



PÚBLICO - 14.07.2004
 
Moradores de Lisboa e Amadora Acusam IEP de Já Estar Avançar com as Obras da CRIL
 
Por CATARINA SERRA LOPES
 
A plataforma de moradores dos concelhos de Lisboa e Amadora que contesta o traçado do último troço da CRIL (Circular Regional Interna de Lisboa) acusa o Instituto das Estradas de Portugal de já estar a avançar com esta obra, à revelia do que tinha ficado acordado com o ex-secretário de Estado do Ambiente, José Eduardo Martins.

Em causa está a movimentação de trabalhadores e máquinas nas áreas incluídas no plano inicial, para além da colocação de estacas marcadas com a sigla CRIL na zona de Alfornelos, delimitando o traçado contestado pelos habitantes da zona. Trabalhos que vão claramente contra a promessa feita pelo Governo.

Depois de um estudo de impacte ambiental apontando alguns aspectos negativos ao projecto do Instituto de Estradas de Portugal (IEP) e de um parecer técnico pouco favorável, o antigo secretário de Estado do Ambiente deu um prazo a este organismo para apresentar, até 19 de Agosto, um projecto que fosse ao encontro das exigências dos moradores. Falava-se então da construção de um túnel na Venda Nova, em vez do viaduto projectado pelo IEP, e da deslocação do traçado da circular na zona de Alfornelos para uma zona mais distante desta localidade.

Paulo Ferreira, morador na zona, é uma das vozes que se levantam acusando o IEP de estar a levar por diante o seu projecto da CRIL, iniciando as obras com a conivência da Câmara da Amadora. "Já estão a pôr estacas a marcar o traçado do local, já se vêem homens e máquinas a trabalhar nas zonas propostas para a CRIL. Tudo indica que o IEP irá levar o seu projecto em diante e o plano que foi apresentado pelos moradores fica na gaveta", diz. "É notório que a Câmara da Amadora não concorda com o traçado sugerido pelos moradores, pois este iria atravessar a Falagueira. E esses são terrenos muito valiosos para o município, que não podem ser assim desperdiçados", acrescenta este membro da plataforma de moradores. A autarquia nega ter autorizado quaisquer obras e afirma que, se alguma coisa está a ser feita, é sem o conhecimento do município. "Quaisquer movimentações no terreno são da inteira responsabilidade do IEP. A câmara continua a defender a sua posição contra qualquer projecto que não contemple um túnel na Venda Nova e uma via rápida partilhada com o IC16 na zona de Alfornelos", esclarece o assessor do presidente do concelho, António Capinha.

Até ao fecho desta edição não foi possível obter quaisquer declarações sobre a matéria por parte do Instituto das Estradas de Portugal.



 
JN 14-07-2004
 
Câmara nega avanço da CRIL polémica
Plataforma das associações de moradores que contestam projecto do Instituto de Estradas garante que já há obras no terreno Autarquia diz que só se forem estudos topográficos


Milene Matos Silva
 
A Câmara Municipal da Amadora nega que estejam a decorrer as obras para a conclusão da CRIL (troço de ligação entre a Pontinha e a Buraca). Uma denúncia feita pela Plataforma Comum das Comissões de Moradores que tem manifestado preocupação em relação às movimentações de terras na zona onde está prevista a passagem da via.
 
«O Instituto das Estradas de Portugal (IEP) tem que lançar concurso público internacional para dar início às obras de construção da CRIL. Mas antes terão que ser feitas as expropriações, depois de incluídas no projecto as condições impostas pelo parecer do Instituto do Ambiente», afirmou ao JN Gabriel Oliveira, vereador responsável pela rede viária na Câmara Municipal da Amadora (CMA).
 
Os moradores acusam o IEP de ter iniciado as obras de acordo com o projecto colocado à discussão pública no final do ano passado, que prevê a construção da via à superfície a partir do bairro de Santa Cruz (zona de Lisboa onde será construída em vala coberta), em algumas zonas em viaduto e com o nó da Damaia.
 
Um projecto fortemente contestado pela população que se queixa do aumento do ruído e da poluição, bem como do impacte visual da obra. Em causa, estão as estacas de sinalização da CRIL espalhadas ao longo do percurso e as movimentações de terras junto ao centro de saúde de Alfornelos.
 
O vereador justifica que «o IEP tem que fazer estudos topográficos para avaliação das condições no terreno» e por isso, diz, é natural que haja movimentações na zona do traçado. No entanto, refere que esta é «uma situação que não depende da autarquia». Quanto às obras junto ao centro de saúde de Alfornelos «nada têm a ver com a CRIL, trata-se da construção da rotunda que vai fazer a ligação ao futuro Centro Cívico da Brandoa». A Câmara já fez chegar ao Ministério das Obras Públicas um projecto no qual defende a construção de um túnel nas portas de Benfica e a anulação da via rápida de Alfornelos.
 
Em Março, a Câmara, em conjunto com a Plataforma, propôs formar uma comissão independente para serem avaliadas as alternativas ao projecto do IEP. Agora, os moradores querem demarcar-se da posição da autarquia, revela Carlos Gaivoto, nomeado pela Plataforma para a comissão.
 
Embora a autarquia esteja a negociar com a plataforma uma solução que pretenda reunir o consenso, certo é que as obras já estão a avançar».


 
RTP.PT
 
13-07-2004
 
Os moradores afectados pela polémica construção do último troço da Circular Regional Interna de Lisboa (CRIL) acusam o Governo de ter começado as obras entre a Buraca e Pontinha sem sequer anunciar o traçado final para aquela zona.
 
As comissões cívicas de Alfornelos, Damaia, Pedralvas e Bairro de Santa Cruz de Benfica deslocaram-se hoje ao local onde deverá passar o último troço da CRIL em Alfornelos, identificando várias estacas, que dizem ser "indicadoras do eixo da via", bem como "obras de aterro e desaterro e de desmantelamento de uma bomba de gasolina, que será deslocalizada para um pouco mais à frente".

"Viemos aqui desmascarar e desmistificar esta situação. Não podemos aceitar que o Governo e o Instituto de Estradas de Portugal digam que andam a negociar connosco porque não é verdade, uma vez que a obra já está a decorrer", disse Paulo Ferreira da Comissão de Alfornelos durante a visita.


INTERNET - PORTUGAL DIÁRIO
 
CRIL: obras começam «sem traçado final» 13-07-2004 23:47
 
Denúncia foi feita esta quarta-feira pelos moradores afectados pela construção do último troço da circular
 
Os moradores afectados pela polémica construção do último troço da Circular Regional Interna de Lisboa (CRIL) acusam o Governo de ter começado as obras entre a Buraca e Pontinha sem sequer anunciar o traçado final para aquela zona.

As comissões cívicas de Alfornelos, Damaia, Pedralvas e Bairro de Santa Cruz de Benfica deslocaram-se hoje ao local onde deverá passar o último troço da CRIL em Alfornelos, identificando várias estacas, que dizem ser "indicadoras do eixo da via", bem como "obras de aterro e desaterro e de desmantelamento de uma bomba de gasolina, que será deslocalizada para um pouco mais à frente".

"Viemos aqui desmascarar e desmistificar esta situação. Não podemos aceitar que o Governo e o Instituto de Estradas de Portugal digam que andam a negociar connosco porque não é verdade, uma vez que a obra já está a decorrer", disse Paulo Ferreira da Comissão de Alfornelos durante a visita.

Os moradores consideram ainda um "mero formalismo" a Declaração de Impacte Ambiental, emitida em Fevereiro pelo então secretário de Estado do Ambiente, José Eduardo Martins, e que "visava uma solução de menor impacte para as populações afectadas", já que os seus interesses, dizem, "não estão a ser considerados".
"Tudo está a ser feito nos moldes em que o Instituto de Estradas de Portugal (IEP) quer, pelo que a declaração não está a ser respeitada", afirmou Paulo Ferreira.

Além disso, criticaram ainda o facto de não ter sido possível chegar a qualquer consenso com a comissão de acompanhamento, composta por técnicos do IEP e da empresa que elaborou o projecto de execução do último lanço da CRIL, criada na mesma altura para avaliar o projecto.

Os moradores repudiam o facto de o secretário de Estado das Obras Públicas ter afirmado numa conferência de imprensa em finais de Junho que "o projecto de fecho da CRIL, entre a Buraca e a Pontinha, está em fase de conclusão e custará 50 milhões de euros".

"Como pode uma equipa técnica estar a trabalhar no sentido de se reposicionar o projecto tal como o pretendido na Declaração de Impacte Ambiental e paralelamente vir o próprio Governo assumir publicamente que o projecto se encontra quase concluído, assumindo também valores de uma obra cujo traçado não está sequer definido?", questionou Paulo Ferreira.

Além da realização de aterros e desaterros de parte da encosta, da deslocalização da bomba de gasolina e da colocação de estacas no terreno, os moradores queixam-se ainda da instalação de um estaleiro construído há vários meses em Alfornelos.
 
Estranham "a falta de resposta cabal" pela Câmara da Amadora aos diversos pedidos de esclarecimento sobre os trabalhos em curso, assim como a inexistência de identificação dessas obras. "Não compreendemos que a Câmara se remeta ao silêncio, apesar da legislação obrigar a um prazo máximo de resposta de 10 dias.
Efectivamente encontram-se ainda sem reposta os ofícios datados de 23 de Abril, 11 de Junho e 1 de Julho", disse Paulo Ferreira.

Entretanto, acrescentam os residentes, "nos bairros de Santa Cruz de Benfica, na Damaia e na Pontinha foram sendo recebidas após meados do mês de Maio várias cartas da empresa «Sofirisco - Gestão de Sinistros», em que se dizem mandatados pelo IEP no sentido de se efectuarem vistorias às respectivas residências".

"A solução do IEP prevê a criação de vala tipo trincheira com encobrimento, a construção do Nó da Damaia e de um viaduto sobre as Portas de Benfica que vão ter um grande impacte na zona. Além disso, as populações vão ficar emparedadas pela Radial de Benfica, Radial da Pontinha (IC-16) e a CRIL. Segundo as estimativas deles em 2025 a circulação de trânsito poderá ascender a 300.000 veículos por dia", concluiu Paulo Ferreira.
 
A proposta dos moradores visa a passagem do percurso do IC-17/CRIL pelos actuais terrenos da Quinta da Falagueira", para onde dizem existir "um estudo para a construção de uma urbanização de 180 hectares".
 
 


    
NOTÍCIAS DA AMADORA
Local - Amadora Edição 1584 - 2004-07-08
 
 
 
CRIL pronta até 2006
 
 
 
O concurso público para a conclusão da circular regional interior de Lisboa (CRIL) entre a Buraca e a Pontinha será lançado ainda este ano e as obras deverão estar concluídas até final de 2006. A garantia foi dada pelo secretário de Estado das Obras Públicas, Jorge Costa, durante a realização de uma conferência sobre a mobilidade e acessibilidade na Área Metropolitana de Lisboa, que decorreu na semana passada em Vila Franca de Xira.
 
De acordo com o governante, o projecto de conclusão da CRIL está em fase de conclusão e representa um investimento de 50 milhões de euros.
 
A Comissão Cívica dos Moradores de Alfornelos enviou, em meados do passado mês de Junho, uma carta ao ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação onde exigem resposta a 101 questões relacionadas com a conclusão da CRIL e que consideram ser fundamentais. Segundo Paulo Ferreira, da comissão, são questões «que não tiveram resposta durante a consulta pública do estudo de impacte ambiental da conclusão da CRIL e que são importantes para a população avaliar o impacto da obra». Entre elas, o custo total das expropriações necessárias para a construção do troço entre a Buraca e a Pontinha e a utilidade de uma rotunda em Alfornelos.

Até ao momento, a Comissão Cívica dos Moradores de Alfornelos ainda não recebeu uma resposta do ministro Carmona Rodrigues.

17 junho 2004



 
A luz ao fundo do túnel, ou talvez não!

Considerando os interesses das várias partes, e depois da concorrida e quase unânime rejeição ao projecto do IEP, manifestada em sede de consulta pública, por 1118 pareceres contra, de um total de 1121 pareceres enviados ao Instituto do Ambiente, a Plataforma Comum, constituída pelas diversas Comissões de Moradores dos Bairros afectados, e os respectivos orgãos autárquicos, constituídos pela Câmara Municipal da Amadora e pelas Juntas de Freguesia, entenderam organizar-se e dar resposta ao compromisso lançado pelo então Secretário de Estado do Ambiente, Dr. José Eduardo Martins.

Esse compromisso, motivado certamente por um equívoco, atendendo ao Parecer da Comissão de Avaliação, levou no passado mês de Março o Sr. Secretário de Estado do Ambiente a responsabilizar publicamente o Instituto de Estradas de Portugal, e consequentemente o Estado Português para, no prazo de 6 meses, atender às pretensões das populações locais.

Decorridos mais de quatro meses dessa tomada de compromisso, embora o Instituto de Estradas de Portugal ainda não nos tenha convocado, e assim honrado essa responsabilidade, continuamos a trabalhar tendo em vista encontrar as melhores soluções que defendam os interesses das populações locais, e nomeadamente dos moradores de Alfornelos.

Nesse sentido, decorrem negociações entre a Plataforma Comum e a Câmara Municipal da Amadora.

Assim, conforme acordado, a Plataforma Comum designou dois técnicos, o Sr. Eng. Carlos Gaivoto e o Sr. Arq. Carlos Perry. Por sua vez, a Câmara Municipal da Amadora e Juntas de Freguesia nomearam outros dois técnicos, o Sr. Prof. Eng. Nunes da Silva e o Sr. Eng. Mendes dos Reis.

Em resultado da primeira reunião destas entidades foram discutidas as soluções alternativas possíveis, tendo em atenção todas as condicionantes de facto, acabando consequentemente por resultar na eventual possibilidade da existência de três propostas alternativas ao projecto do IEP, que passamos a apresentar.

Essas propostas, tal como sugerido pela Câmara Municipal da Amadora, encontram-se identificadas pelas letras A, B, e C.

Proposta A

Esta solução é da autoria da Câmara Municipal da Amadora, e corresponde exactamente ao traçado proposto e apresentado pela autarquia nas diversas reuniões realizadas pelas Comissões ou pelas Juntas de Freguesia em Dezembro do ano passado.
É uma solução que tem alguns prós e contras.
No respeitante a Alfornelos, esta alternativa apenas compreende as seguintes alterações ao Projecto do IEP:

- Radial da Pontinha/IC16 (Azinhaga dos Besouros) em túnel (facto que corresponde a uma das pretensões desta Comissão Cívica de Moradores de Alfornelos).
- Introdução da Rotunda de Alfornelos (que consiste basicamente num novo Nó) na zona do Bico do Caliça (entroncamento da Estrada da Correia com a Estrada dos Salgados, junto aos semáforos para Benfica).
- Persiste o emparedamento da freguesia, com todos os impactes negativos inerentes, e assiste-se à persistência num intrincado número de vias.
- A Rotunda de Benfica, por sua vez, aparenta possuir um perfil de cariz mais citadino (facto obviamente positivo) no qual não faria contudo sentido virem a entroncar-se vias radiais, de forte volume de tráfego.Imagem da Solução -A-


Proposta B

Esta solução é da autoria da Câmara Municipal da Amadora, e obriga a CRIL a cumprir o espaço canal definido desde 1971.
No referente a Alfornelos, esta alternativa compreende as seguintes alterações ao Projecto do IEP:

- O troço da CRIL junto a Alfornelos faz-se pelo espaço ocupado pela Radial de Benfica (entre o Cemitério de Benfica e os terrenos do estaleiro do Alves Ribeiro) e pela Radial da Pontinha/IC16 (Azinhaga dos Besouros) em túnel;
- Deste modo, portanto, não há construção na encosta do monte de Alfornelos, e por conseguinte, o emparedamento de Alfornelos.
- Em contrapartida, coexistiriam numa mesma via o tráfego de duas radiais de grande tráfego: IC17/CRIL e IC16/Radial da Pontinha, facto que suscita algumas dúvidas relativamente a eventuais impactes igualmente negativos.Imagem da Solução -B-

Proposta C

Esta solução é da autoria da Plataforma Comum, e corrige a directriz da CRIL a partir do troço final entre o Bairro de Santa Cruz e a Damaia de Baixo.

A CRIL desenvolve-se em túnel desde o Nó da Buraca (permitindo manter o Aqueduto das Águas Livres) até às traseiras dos edifícios dos Laboratórios Vitória, na Venda Nova. Neste ponto, começa a emergir de forma a cumprir o restante traçado à superfície ou em viaduto, efectuando um nó com a Estrada dos Salgados, na Quinta da Falagueira.

De igual forma, o também controverso Nó da Damaia, é deslocado para a Venda Nova, e efectuada a sua ligação, numa solução idêntica à utilizada no túnel sob a Av. João XXI (Lisboa), à Rua das Fontainhas (Zona da Edifer, instalações devolutas da Cel-Cat).

Esta solução minimiza todos os impactes negativos considerados para o projecto do IEP, poupa aproximadamente 950m de auto-estrada, com inevitável poupança dos custos inerentes bem como a vultuosos valores de indemnizações e expropriações cujo total, relativamente à estimativa de custo do actual projecto do IEP, calculamos em 50% (cerca de 60 milhões de Euros – 12 milhões de contos na moeda antiga).

No respeitante a Alfornelos, esta alternativa compreende as seguintes alterações ao Projecto do IEP:
- O troço da CRIL, com tráfego diário estimado de aproximadamente 77.400 veículos (ano inicio), não se desenvolverá junto a Alfornelos, mas sim atravessando a freguesia da Falagueira (a meio da Quinta do Estado, também conhecida como Quinta da Falagueira) e no limite da freguesia Brandoa (por cima dos actuais terrenos da feira quinzenal e da bomba da GALP, ambas já com deslocalização prevista);

- Assim sendo, a sua construção não se efectuaria na encosta do monte de Alfornelos evitando igualmente a construção da Radial de Benfica (zona entre o Cemitério de Benfica e os terrenos do estaleiro do Alves Ribeiro com previsão de 30.500 veículos/dia), não ocorrendo por conseguinte, o emparedamento da freguesia de Alfornelos e dos seus quase 15.000 habitantes.

- O traçado do IC16 / Radial da Pontinha (previsão de 81.400 veículos/dia) deverá efectuar-se em túnel verdadeiro, de molde a minimizar o ruído e a poluição causados por um caudal de tráfego extremamente elevado. A efectivação do túnel inviabilizaria de imediato outro tipo de construções à superfície, facto que permitiria a criação de uma zona verde de descompressão, entre Alfornelos e a Pontinha, área que seria propícia à criação de uma verdadeira zona de lazer.

- Deslocalização da prevista Rotunda de Benfica (situada ainda em terrenos de Alfornelos, nos terrenos do actual estaleiro do Alves Ribeiro), na qual se prevê circulem cerca de 118.000 veículos / dia, para zona mais a nascente, ou seja mais próxima da zona limite dos concelhos da Amadora e Lisboa.

- Desnivelamento da Rua Maria Veleda, relativamente à Rotunda de Benfica, facto que permitira uma permanente fluência do tráfego que entra e sai de Alfornelos.
Imagem da Solução -C-

Gostaríamos de poder contar com a vossa participação, pelo que agradecemos nos façam chegar a vossa opinião relativamente às soluções alternativas acima apresentadas.

Para o efeito o nosso endereço de E-mail é: cril-alfornelos@netcabo.pt

No próximo dia 23 de Junho iremos concluir as negociações com a Câmara Municipal da Amadora e daí surgirá, ou não, a solução alternativa a reclamar conjuntamente ao IEP.

Estamos conscientes dos valores que defendemos, razão única da nossa continuidade e do apoio que agradecemos.

Alfornelos, 16 de Junho de 2004

Carta dirigida ao Snr. Ministro das Obras Públicas e Transportes




23 maio 2004

\RECORTE\ - "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 23.05.2004

Marcha de moradores contra a CRIL

Pedro Cerejo

A plataforma de associações de moradores afectados pelo projecto de construção do último troço da Circular Regional Interna de Lisboa (CRIL), entre a Buraca e a Pontinha, realizou ontem uma marcha contra o trajecto proposto pelo Instituto de Estradas de Portugal (IEP). As reivindicações gritadas nas palavras de ordem foram alteradas à passagem em cada bairro.

É bem conhecida a contestação ao traçado proposto pelo IEP por associações de moradores de seis bairros dos concelhos de Lisboa e Amadora. A marcha organizada pela plataforma - que junta habitantes de Alfornelos, Pedralvas, Portas de Benfica, Venda Nova, Damaia e Santa Cruz de Benfica - contou com a presença de 60 moradores e a solidariedade da Câmara da Amadora (que se fez representar pelo vereador da Rede Viária) e do Partido Ecologista "Os Verdes", que endereçou uma mensagem.

A marcha iniciada na Damaia de Baixo, de onde se avista o viaduto da Buraca do outro lado da linha férrea, percorreu em hora e meia os 3500 metros que distam até Alfornelos e ao Nó da Pontinha.

A palavra de ordem congregadora das reivindicações de todos foi "CRIL sim, assim não!", mas as exigências de cada bairro foram sendo explicadas a cada ponto problemático. Logo na Damaia de Baixo, José Clemente explicou ao JN que os moradores pretendem a construção de um túnel em profundidade e não uma vala aberta. "Túnel sim, vala não!" foi a palavra de ordem.

Alternativa
O vereador da Câmara da Amadora, Gabriel Oliveira, lembra o projecto alternativo apresentado pela autarquia que resolveria os problemas maiores do traçado: um túnel inicial de 1600 metros entre a Damaia e Alfornelos e o resto do traçado em viaduto, que utilizaria os terrenos da actual escola secundária de Alfornelos, passando o futuro IC16 noutro túnel. O autarca recorda que esta proposta chegou a obter, em 1999, o parecer favorável do IEP.

A primeira paragem foi no Nó da Damaia: "Túnel sim, Nó não!", foi o slogan gritado. As Portas de Benfica, que no projecto do IEP serão ultrapassadas por um viaduto que atingirá a altura de onze metros, foram o ponto seguinte, com os gritos "Túnel sim, viaduto não!".

Seguindo a Estrada Militar, a marcha passou junto ao bairro lisboeta de Pedralvas para gritar contra o nó previsto, voltando a exigir o túnel. Logo a seguir, na Venda Nova, foi contestada a demolição de sete edifícios para a construção do viaduto que ligará a Alfornelos.


Chegados a este troço final, os manifestantes gritaram "CRIL sim, emparedados não!", tendo Paulo Ferreira, da comissão local, explicado que a freguesia de Alfornelos ficará "completamente cercada" por três vias de grande movimento: a CRIL(que passará à altura de um quinto andar), o IC16 (Radial da Pontinha) e a Radial de Benfica.




19 maio 2004






- CONTRA ESTE TRAÇADO DA CRIL ! -
- CONTRA UM CRIME AMBIENTAL ! -
- PELOS DIREITOS DOS CIDADÃOS ! -




APELO À PARTICIPAÇÃO DE TODOS !!!


APELO À PARTICIPAÇÃO DE TODOS !!!
AOS MORADORES DE ALFORNELOS, PEDRALVAS, PORTAS DE BENFICA, VENDA NOVA, DAMAIA E SANTA CRUZ DE BENFICA


MARCHA AO LONGO DO TRAÇADO DA CRIL
DESDE A DAMAIA ATÉ ALFORNELOS


22 DE MAIO, SÁBADO, 15 HORAS


CONCENTRAÇÃO - NA DAMAIA DE BAIXO, À ENTRADA DA AVENIDA ALVES REDOL, JUNTO AO PRÉDIO VERDE
PERCURSO - PASSAGEM PELAS PORTAS DE BENFICA E PEDRALVAS
CONCLUSÃO - ALFORNELOS, PRAÇA TEÓFILO BRAGA

• POR UM PROJECTO QUE RESPEITE O AMBIENTE !

• PELA DEFESA DA QUALIDADE DE VIDA !

• PELO DIREITO À SAÚDE !

• PELOS DIREITOS E BEM-ESTAR DE TODAS AS POPULAÇÕES PREJUDICADAS !



A Plataforma Comum das Comissões Cívicas de Proprietários e Moradores de Alfornelos, Pedralvas, Portas de Benfica, Venda Nova, Damaia e Santa Cruz de Benfica.


17 maio 2004




RECORTE - "PUBLICO.PT" - 15-05-2004 - 14h01

Plataforma de moradores diz ter solução alternativa para traçado da circular
Ministro recebido em Alfornelos com protestos contra projecto da CRIL


Por Lusa - João Relvas/Lusa

Os manifestantes consideram que o actual projecto da CRIL tem desvantagens de ruído e poluição

O ministro das Obras Públicas, Carmona Rodrigues, foi hoje de manhã recebido em Alfornelos, no âmbito da inauguração das novas estações de Metro da Amadora, por dezenas de contestatários ao traçado da Circular Regional Interna de Lisboa (CRIL).

"CRIL sim, assim não" podia ler-se nos cartazes exibidos pela população e por membros da Plataforma Comum das Comissões Cívicas de Proprietários e Moradores de Alfornelos, Pedralvas, Portas de Benfica e Santa Cruz de Benfica, Venda Nova e Damaia.

O responsável pela pasta das Obras Públicas, Transportes e Habitação viajou de Metro, a partir da recém-inaugurada estação da Falagueira, para descerrar uma estátua de homenagem a Teófilo Braga, do escultor Francisco Simões, na praça com o nome do político e intelectual português.

Os cidadãos aproveitaram a visita do ministro para se manifestarem contra o actual projecto da CRIL, alegando que Alfornelos ficará rodeada por vias rápidas - Radial da Pontinha, IC17/CRIL e Radial de Benfica -, com as consequentes desvantagens de ruído e poluição.

Carmona Rodrigues escusou-se a comentar o protesto à Lusa, mas responsáveis da Plataforma asseguraram que já foram enviadas cartas ao Presidente da República, primeiro-ministro e ministro das Obras Públicas solicitando audiências para debater o problema.

A Plataforma - que hoje deixou com o secretário do ministro nova missiva a solicitar uma reunião com carácter de urgência - critica o actual projecto do Governo, alegando, num manifesto a que a Lusa teve acesso, que o mesmo "colide com direitos ambientais, vai afectar a qualidade de vida e será uma séria ameaça à saúde".

O grupo de cidadãos, que afirma ter "uma solução alternativa" que gostava de colocar à consideração dos governantes, protesta ainda contra o futuro Nó do Falcão, via que irá atravessar Alfornelos em direcção à Urbanização da Falagueira.




RECORTE - "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 16-05-2004

- Metro lança no próximo ano extensão para a Reboleira
- Bombardier insiste
- CRIL motiva apupos Cerimónia marcada por protestos


Amadora garantia

Carmona Rodrigues afirmou que projecto de ligação à estação ferroviária estará concluído até final do ano Novas estações de Alfornelos e Falagueira servem 20 mil habitantes

joão relvas/lusa - Milene Matos Silva

Os trabalhadores da Bombardier aproveitaram a presença do ministro das Obras Públicas e Transportes para protestarem mais uma vez contra o fecho da unidade fabril. A partir das 9 horas, cerca de uma centena de populares juntou-se aos trabalhadores. Carmona Rodrigues garantiu que está a ser negociado entre a CP e a presidência da multinacional na Europa o trespasse ou a compra da fábrica da Amadora. Adiantou que numa reunião, anteontem, na Alemanha, entre o presidente da Bombardier para a Europa e o presidente da CP, "houve abertura" para uma resolução do problema. "Espero que os próximos dias tragam desenvolvimentos".

Em Alfornelos, Carmona Rodrigues tinha à sua espera dezenas de manifestantes que contestavam o projecto para a conclusão da CRIL - o troço de ligação entre a Pontinha e a Buraca. O ministro foi recebido com assobios e apupos, mas recusou comentar a recepção.

Apressou a cerimónia de inauguração da estátua cedida pela admnistração do Metro à Junta de Freguesia de Alfornelos. A Plataforma Comum das Comissões de moradores de afectados pela conclusão da CRIL ainda conseguiu entregar uma carta ao secretário de Carmona Rodrigues, onde pedia, com urgência, uma reunião para discutir o traçado. Os moradores contestam a conclusão da CRIL em viaduto ou em vala aberta.

O ministro das Obras Públicas anunciou, ontem, que a extensão da rede do Metropolitano até à estação de caminhos-de-ferro da Reboleira deverá ser lançada logo no início de 2005. Carmona Rodrigues afirmou, durante a cerimónia inaugural do prolongamento da Linha Azul entre a Pontinha e a Falagueira, que o projecto da obra deverá estar pronto ainda este ano.

Depois de Odivelas, no espaço de um mês e meio a linha de Metro sai pela segunda vez dos limites da cidade de Lisboa, agora para servir a população da Amadora. Um troço de cerca de dois quilómetros e meio que custou 137 milhões de euros, com duas novas estações - Alfornelos e Amadora Este - para servir cerca de 20 mil habitantes.

Em redor da estação Amadora Este ainda se podem ver os estaleiros que serviram de apoio às obras. Ali irão permanecer por mais uns tempos, uma vez que falta ainda concluir o cais terminal para manobras de inversão de marcha dos comboios. O troço por concluirfica apenas a 200 metros da estação da Reboleira da CP.

"Estamos determinados em prolongar a Linha Azul até à Reboleira. Em tempos conseguimos apontar o terminus da estação Amadora Este na direcção da Reboleira, que faz a ligação à rede ferroviária suburbana de Lisboa. Por isso faz todo o sentido darmos prioridade a este projecto", adiantou Carmona Rodrigues durante a cerimónia. Uma proposta há muito apresentada pela Câmara Municipal da Amadora à administração do Metropolitano, mas que até hoje não tinha tido resposta.

Mesmo sem a ligação até à Reboleira, a chegada do metro ao concelho é um triunfo para a população, que estará a partir de agora a 20 minutos da Baixa de Lisboa ou a 15 minutos do Marquês de Pombal. Laurinda Gomes, que estava entre a multidão que acorreu à estação Amadora Este, mostrou-se satisfeita com a chegada do metro. Vive na Falagueira e, como tem que ir muitas vezes ao centro de Lisboa, "agora é mais fácil". António Lopes partilha da mesma opinião. Só lamenta que "o metro já deveria ter chegado antes".

Naquela que foi a primeira viagem, alguns populares fizeram questão de se deslocarem propositadamente entre as duas estações de metro. Felismina Silva foi das primeiras utentes a utilizar o metro na Amadora. Orgulhosa, considerou que a obra "é progresso para os habitantes" da zona.

Quanto ao polémico preço dos bilhetes (um euro, enquanto na cidade de Lisboa é de 65 cêntimos), não se mostrou muito incomodada. Diferente opinião tem Elídio Couteiro, que lamenta preços tão elevados quando a população da zona "tem, na grande maioria,
fracos recursos". A primeira coroa do passe intermodal de Lisboa também não serve para as estações de Alfornelos e de Amadora Este.




RECORTE - jornal "PÚBLICO" - Domingo, 16 de Maio de 2004

Vaias e Apupos Marcam Inauguração do Metro na Amadora

Por CATARINA SERRA LOPES

A inauguração das novas estações do Metropolitano da Falagueira e de Alfornelos, no concelho da Amadora, foi ontem marcada por fortes protestos de largas dezenas de manifestantes contra os despedimentos na metalúrgica Bombardier e contra o projecto de prolongamento da Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL).

Num dia que se pretendia de festa para o município, com a abertura ao público do tão esperado prolongamento da Linha Azul até ao concelho da Amadora, as celebrações ficaram longe do previsto.

Na estação da Falagueira o ministro das Obras Públicas e dos Transportes, Carmona Rodrigues, ainda conseguiu seguir o plano da cerimónia, descerrando a placa de inauguração ao som do hino nacional e fazendo o discurso programado. Já na estação de Alfornelos os apupos da população soaram mais forte. Cartazes, buzinas, vaias e gritos de protesto contra a actuação do Governo em relação à Bombardier e à CRIL levaram a que o governante optasse por entrar rapidamente no carro oficial e saísse do local sem sequer descerrar a respectiva placa, sem discursar e sem inaugurar a estátua de homenagem ao ex-Presidente da República Teófilo Braga. Antes disso ainda teve tempo para trocar algumas palavras com representantes sindicais da metalúrgica. Citado pela Lusa, Carmona Rodrigues disse não se sentir "ainda optimista" face ao problema da Bombardier, apesar de uma reunião realizada esta semana entre a empresa que faz a manutenção dos comboios da CP, a EMEF, e um alto responsável da metalúrgica, no sentido da compra ou do trespasse da empresa.

"Como é que se inauguram estações de metro e mesmo assim a única empresa em Portugal que constrói carruagens está a meio de um processo de despedimento colectivo? É uma situação totalmente incongruente e que só nos leva a crer que valores mais altos se levantam", declarava um dos trabalhadores da metalúrgica, Paulo Neves, no auge da manifestação - que foi alvo de uma convocatória da concelhia local do PCP. "Sabemos muito bem que existe um plano de urbanização para a zona e é por isso que o Governo não está a fazer nada para que a empresa seja nacionalizada ou trespassada. Então agora com o metro a passar aqui, interessa muito mais construir casas do que ter uma zona industrial", acrescentava Amadeu Moreira, também da Bombardier. "O Carmona Rodrigues acabou de dizer que o Governo está a estudar uma solução, mas a verdade é que continuamos a receber cartas de despedimento".

Na estação da Falagueira o ministro aproveitou para realçar a importância desta nova extensão do Metropolitano em mais dois quilómetros e também para referir novos projectos, como a extensão da Linha Azul até à Reboleira, com vista à conexão do metro com os comboios da CP. Acedendo às pretensões da Câmara da Amadora, Carmona Rodrigues diz encarar este futuro prolongamento como uma prioridade.

Previsto está ainda o prolongamento da Linha Amarela do Rato até Alcântara em 2009, fazendo assim a ligação à linha de Cascais, bem como a extensão da Linha Verde de Telheiras até à Pontinha, local onde se encontrará com a Linha Azul. A continuação da Linha Vermelha até ao aeroporto da Portela até ao final de 2007, passando pela Encarnação, fazem também parte dos planos de crescimento da rede para os próximos anos. Este troço inclui estações em Moscavide e Sacavém.

Para já, as duas primeiras estações de metro no concelho da Amadora - um investimento de 137 milhões de euros - irão contribuir para grandes melhorias na mobilidade de 175 mil pessoas, proporcionando o transporte de mais de 12 milhões de passageiros por ano. A Linha Azul passa agora a contar com 15 estações espalhadas por 10,5 quilómetros, sendo possível fazer o percurso da Amadora ao Marquês de Pombal em apenas 15 minutos por um euro em vez dos habituais 65 cêntimos. É o preço de o metro ter saído de Lisboa. O recente prolongamento da linha até Odivelas teve igualmente custos acrescidos para os seus utilizadores.


30 abril 2004

\RECORTE\ "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 30-04-2004


CRIL preocupa moradores

AMADORA EXPLICAÇÕES - Plataforma de representantes questiona prosseguimento das obras sem ter sido criada prometida comissão para avaliar alternativas Câmara promete reunião terça-feira

Milene Matos Silva


A plataforma das comissões de moradores afectadas pela construção do troço que falta para concluir a CRIL foi, anteontem à noite, à sessão pública da Câmara Municipal da Amadora pedir esclarecimentos. Os moradores estão preocupados porque têm visto obras e técnicos no local, sem que tenha sido criada a comissão independente para avaliar projectos alternativos.

Desde o passado dia 9 de Março, altura em que decorreu uma conferência de imprensa conjunta entre o presidente da Câmara Municipal da Amadora (CMA), os presidentes das Juntas de Freguesia e todas as comissões de moradores afectadas pela conclusão da CRIL quenão foram dados passos nesse sentido, acusam.

"Não temos nenhuma perspectiva brilhante relativamente ao que nos espera", comentou Paulo Ferreira, representante dos moradores de Alfornelos. Os moradores temem que, durante este tempo de espera, o Instituto de Estadas de Portugal (IEP) avance como projecto em viaduto em grande parte da sua extensão, provocando impactos de ruído e poluição à superfície.

Não houve até agora nenhuma reunião da comissão independente composta por técnicos nomeados pelas Câmaras de Lisboa e Amadora, pelo IEP, pela COBA e pela Plataforma de Comissões de Moradores. Aliás, apenas foram nomeados quatro técnicos, dois dos quais indicados pela CMA e os outros dois pela plataforma.

Em Alfornelos estão a ser feitas obras que, segundo Paulo Ferreira, "podem pôr em causa os projectos alternativos para concluir a CRIL". Para aumentar a preocupação dos moradores, foram vistos cinco técnicos na zona do traçado da CRIL. "Falámos com dois deles, que nos mostraram o projecto", contou Fátima Cardina, da Comissão de moradores da Damaia. "Vimos que, por cima das portas de Benfica, a CRIL vai passar em viaduto e que na zona da Damaia vai existir uma rotunda com características de nó. Confrontámos os técnicos com o porquê de tantas estradas. Eles apenas disseram que se tratavam de exigências da Câmara da Amadora".

24 março 2004

\RECORTE\ - DIÁRIO DE NOTÍCIAS - 24.03.2004


Acessibilidades - IEP vai alterar traçado final da CRIL



o deputado do PSD Vítor Reis disse ontem, no Parlamento, aos moradores dos bairros afectados pela conclusão da Circular Regio­nal Interna de Lisboa (CRIL), que o Instituto de Estradas de Portu­gal(IEP) pediu seis meses para re­formular o projecto.

«O IEP pediu um prazo de seis meses para reformular o projecto e sem o resultado desse trabalho não é possível prosseguirmos», disse o deputado social-democra­ta na Comissão de Obras Públi­cas, Transportes e Comunicações, onde, ontem, três representantes da Plataforma Comum das Co­missões Cívicas da Damaia, Ven­da Nova, Portas de Benfica, Pe­dralvas e Alfornelos, se desloca­ram para pedir esclarecimentos sobre a obra que têm contestado.

Questionados pela Lusa no fi­nal da audiência, representantes das comissões de moradores da Damaia, Venda Nova e Portas de Benfica afirmaram esperar que este atraso na decisão sobre o tra­çado final da CRIL seja para o bem das populações.

«Estamos de boa fé. Não so­mos políticos de carreira», afir­mou Fernando Perry, da Venda Nova, à saída da reunião.

\RECORTE\ - JORNAL DE NOTÍCIAS - 24.03.2004


Amadora - garantia Deputados acalmaram associações de moradores



Milene Matos Silva


A plataforma das comissões de moradores das zonas afectadas pela conclusão da CRIL - o troço que falta entre a Pontinha e a Buraca, atravessando três concelhos -, recebeu ontem boas notícias dos deputados da comissão parlamentar de Transportes. Às comissões de moradores de Alfornelos, Bairro de Santa Cruz Damaia, Pedralvas e Venda Nova foi pedida "calma" porque há novas esperanças de que as reivindicações sejam atendidas.

Segundo Carlos Perry da Câmara, da comissão de moradores da Venda Nova (Amadora), "foi dito que dois técnicos elaboraram um estudo que concluía a viabilidade de ser construído um túnel nas portas de Benfica". O túnel junto ao Bairro de Santa Cruz já está assegurado, "as pretensões" de Alfornelos no sentido de desviar o traçado da CRIL para junto da Escola Básica 2+3 também "podem ser resolvidas", adiantou, com base nas afirmações dos deputados.

O deputado do PSD Vítor Reis garantiu, após a reunião, que o Instituto de Estradas de Portugal (IEP) pediu seis meses para reformular o projecto.

A reunião serviu para acalmar os ânimos dos moradores que, nos últimos tempos, têm vindo a desenvolver várias iniciativas de protesto contra a conclusão da via em viaduto. As várias comissões de moradores já indigitaram os técnicos para que seja criada a comissão independente proposta, em conferência de imprensa conjunta com a Câmara Municipal da Amadora, para que sejam analisados projectos alternativos ao do Instituto das Estradas de Portugal.

15 março 2004


CRONOLOGIA DOS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS, incluindo as iniciativas desenvolvidas pela COMISSÃO CÍVICA DE MORADORES DE ALFORNELOS:


26Nov03 - Reunião no Auditório do Teatro Passagem de Nível para constituição da Comissão Cívica de Moradores de Alfornelos.
• Seguiram-se inúmeras reuniões preparatórias da Comissão e de identificação das acções a empreender.

08Dez03 - Criação de uma página na Internet (que neste momento já vai com cerca de 1500 consultas), para dar conhecimento público da situação e como forma rápida e eficiente de contactar com a população.

Criação de um endereço de e-mail para o qual os cidadãos de Alfornelos podem enviar a sua posição e/ou esclarecer eventuais dúvidas.

10Dez03 - Reunião no Instituto do Ambiente, mediante convite dessa entidade, na qual participaram a CMA, CML, todas as Juntas de Freguesia afectadas pelo traçado da CRIL, nos concelhos da Amadora e Lisboa, bem como os representantes das Comissões de Moradores então constituídas.

• Alfornelos aproveitou para apresentar um documento preliminar de contestação ao traçado do IC17 - CRIL e ICI6 - Radial da Pontinha.

12Dez03 - Reunião em Alfornelos com a população.

16DezO3 - Reunião da Assembleia de Freguesia de Alfornelos da qual resultou o
seguinte:
• Aprovação de uma moção de apoio a esta Comissão Cívica.
• Posicionamento de cada um dos partidos relativamente a esta matéria.

07Jan04- Envio ao Instituto do Ambiente da "Tomada de posição e comentários" da comissão de Alfornelos relativamente ao traçado da CRIL e seus acessos, assim como ao próprio Estudo de Impacte Ambiental (um dos 1800 documentos que deram entrada no Instituto do Ambiente).

20Jan04 - Reunião com um advogado, Sr. Dr. Bernardo Reis.

21Jan04 - Solicitada audiência a sua Exa. o Sr. Ministro das Obras Públicas a qual, até ao momento, não se encontra ainda agendada.

22Jan04 - Convite efectuado pelo Instituto Alemão para participarmos numa conferência cujo tema era "Movimentos Cívicos e os Destinos da Cidade" com as seguintes presenças:

• Diversos bairros afectados pela CRIL
• Sr. Prof. Nunes da Silva (Professor Catedrático do ISP - CESUR e mentor do PDM de Lisboa
• Eng. José Mendes dos Reis (DGTT)
• Dr. José Sá Fernandes (Advogado)
• Eng. Gabriel Oliveira (Vereador da CMA)
1. Discutidos os diversos problemas que afectam as populações.
2. Apresentadas as propostas alternativas de Alfornelos.
3. Agendada nova reunião no IST para debater as nossas propostas.
4. Dr. Sá Fernandes disponibilizou-se inteiramente para trabalhar com Alfornelos, tal como o Sr. Eng. Carlos Gaivoto (especialista em transportes), também presente nessa mesma conferência.

27Jan04 - Reunião com outro advogado, Sr. Dr. Gonçalo Capitão para obtermos um parecer jurídico e poder-se estudar eventuais plataformas de trabalho.

05Fev04 - A pedido da Comissão de Alfornelos, efectuada reunião com o Sr. Presidente da CMA e com o Sr. Eng. Gabriel Oliveira, cujas conclusões foram as seguintes:
• Afastamento da CRIL para os actuais terrenos da Escola EB 2+3 com
deslocalização da mesma para outra área de Alfornelos.
• Afastamento do IC16 - Radial da Pontinha, com execução em vala tamponada para minimização do ruído.

03Fev04 - Solicitadas audiências à Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações, assim como à Comissão do Poder Local, Ordenamento do Território e Ambiente.

03FevO4 - Reunião no CESUR (Instituto Superior Técnico) com o Sr. Prof. Nunes da Silva (IST), Eng. José Reis (DGTT) e as diversas comissões de moradores.
• Objectivo: estudar as propostas alternativas de Alfornelos e/ou outros eventuais traçados.

09Fev04 - Primeira reunião, de um conjunto de três, entre diversos elementos das comissões de moradores dos bairros de Alfornelos, Damaia, Bairro de Santa Cruz de Benfica, Pedralvas, Portas de Benfica e Venda Nova. Objectivo: constituição de uma Plataforma Comum.

10FevO4 - Deslocação ao Parlamento para reunião com a Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

15Fev04 - Envio de cerca de 1200 e-mails com um comunicado conjunto, em português, espanhol, francês e inglês, para inúmeras entidades e órgãos de comunicação social, nacionais e estrangeiros, a informar sobre a situação.

17Fev04 - Conferência de Imprensa conjunta da Plataforma Comum de Comissões de Moradores dos Bairros de Alfornelos, Damaia, Bairro de Santa Cruz de Benfica, Pedralvas, Portas de Benfica e Venda Nova.

• Efectuada a apresentação publica da Plataforma Comum.
• Efectuada uma tomada de posição relativamente ao processo da CRIL.
• Emitida uma Nota de Imprensa conjunta.

18Fev04 - Reunião no Parlamento da Plataforma Comum com o grupo Parlamentar do PCP.

19Fev04 - O Sr. Secretário de Estado do Ambiente dá "parecer favorável condicionado, tendo apenas dado conhecimento desse facto às entidades oficiais (governo, câmaras municipais) e às entidades a concurso público.

26Fev04 - Tomadas de posição, durante a Sessão da Assembleia Municipal da CMA, com presença das várias comissões da Plataforma Comum.
• Questionados os diversos partidos, com assento na Assembleia Municipal, relativamente ao seu conhecimento e eventuais acções efectuadas, no respeitante a um problema que afectará de forma gravosa a população.
• Todos os partidos manifestaram total apoio à nossa posição.

02Mar04 - Deslocação ao Parlamento para reunião com a Comissão do Poder Local, Ordenamento do Território e Ambiente.

04 e 08Mar04 - Reuniões com o Exmo. Sr, Presidente da CMA, do Sr. Vereador Gabriel Oliveira, dos Presidentes das Juntas de Freguesia de Alfornelos, Benfica, Buraca, Damaia e Venda Nova, bem como dos representantes das diversas comissões que integram a Plataforma Comum.

09MarO4 - Conferência de Imprensa (11hOOm) com tomada de posição comum por parte do Exmo. Sr. Presidente da CMA, dos Exmos. Srs. Presidentes das Juntas de Freguesia de Alfornelos, Buraca, Damaia Benfica e Venda Nova e respectivas Comissões de Moradores.

09Mar04 - Reunião dos diversos elementos da Plataforma Comum com o Sr. Dr. Sá Fernandes (advogado) para efectuar análise e obter parecer jurídico relativamente ao presente processo. Desta reunião resultará o envio urgente de cartas ao Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e ao Sr. Secretário de estado do Ambiente.

10Mar04 - Reunião na Assembleia Municipal da Amadora com as Comissões da AM dos Transportes, Ambiente e Ordenamento, com a presença do Presidente e Vice-presidente da CM da Amadora e das Comissões de Moradores, para informar das posições das mesmas e obterem as reacções dos diferentes partidos políticos representados.
11Mar04 - Deslocação durante a manhã a Alfornelos, Damaia e Venda Nova, de dois elementos do Partido "Os Verdes", nomeadamente da Sra. Deputada Isabel Castro, para tomada de conhecimento no local dos problemas e eventuais traçados previstos, bem como de eventuais soluções alternativas.

Para além de representantes de diversas Comissões, estiveram igualmente presentes jornalistas da Lusa TV, da agência noticiosa Lusa, do JN, Rádio Mais e Jornal Notícias da Amadora.

11Mar04 - Reuniões na Assembleia da República com os grupos parlamentares do CDS-PP (16hOOm) e do PSD (17hOOm).

12Mar04 - Sessão na Assembleia da República para perguntas ao Governo, pelos diferentes Grupos Parlamentares, com a presença do Sr. Secretário de Estado do Ambiente.

Agendada para dia 17MarO4, reunião com o grupo parlamentar do PS.

Efectuaram-se, ainda...

• Inúmeras outras reuniões com diversos técnicos, ambientalistas, políticos,
cidadãos e entidades diversas com possível envolvimento nesta matéria.

• .Pedidos de audiências a Sua Exa. o Sr. Presidente da República (cuja prioridade para o ano de 2004 é o Ambiente), ao Sr. Primeiro Ministro e ao Presidente da Assembleia da República, tendo os mesmos enviado os respectivos ofícios para o Sr. Ministro das Obras Públicas.

• Reuniões da com os Grupos Parlamentares do Bloco de Esquerda e do Partido "Os Verdes".

• Entrevistas e envio de infonnação para os diferentes orgãos de comunicação social, tendo repetidamente saído matérias nos seguintes meios de comunicação:
o Televisões - RTP, SIC, SIC Notícias e Lusa TV.
o Rádios - Rádio Mais, Rádio Comercial, RCP, Antena I e TSF.
o Jornais - A Capital, Correio da Manhã, DN, JN, Público, Noticías da Amadora, Jornal da Região da Amadora.
o Agências noticiosas - Lusa.
o Semanários - Expresso.

Alfornelos, 13 de Março de 2004



12 março 2004


REUNIÃO COM OS
MORADORES


Realiza-se no próximo
Sábado 13/03, pelas 16.00 horas,
na Escola Básica Orlando Gonçalves, em Alfornelos (Largo Ana de Castro Osório)

\RECORTE\ - JORNAL DE NOTÍCIAS - 12-03-2004



"Verdes" querem alternativas a traçado da CRIL

Amadora - Visita Deputada Isabel Castro foi a Alfornelos e à Damaia para ver a situação em que os moradores vão ficar


Milene Matos Silva

De visita ao traçado previsto pelo Instituto das Estradas de Portugal para a conclusão da Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL) - o troço que falta entre a Pontinha e a Buraca -, o partido ecologista "Os Verdes" mostrou preocupação com a qualidade de vida dos cidadãos e prometeu pressionar o Governo para que sejam encontradas alternativas ao projecto.

O percurso começou por Alfornelos e a deputada à Assembleia da República do partido, Isabel Castro, acompanhada pela Plataforma Comum das Comissões de Moradores, verificou que "as pessoas vão ficar num gueto, isoladas por vias rápidas" e constatou que os residentes da Damaia de Baixo ficarão "espartilhados entre uma linha de comboio e um túnel que é um buraco".

Se o Instituto das Estradas de Portugal avançar com o projecto, "as populações vão, como a comissão de avaliação de impacte ambiental concluiu, ficar sujeitas a danos permanentes nas suas condições de vida", referiu a deputada. Isabel Castro considerou "inaceitável que o Ministério do Ambiente e o secretário de Estado ousem, ultrapassando tudo o que foi concluído no diagnóstico técnico, avançar com o projecto". "Os Verdes" defendem que seja encontrada uma forma de minimizar os impactes visuais, sonoros e de poluição.

Isabel Castro aponta ainda o dedo a alegados interesses imobiliários: "O Governo quer levar por diante uma solução que serve interesses imobiliários, não se inibindo de prejudicar as cerca de 40 mil pessoas que aqui vivem".

11 março 2004

\RECORTE\ - JORNAL DE NOTÍCIAS - 11.03.2004

Conclusão da CRIL movimenta partidos

Amadora - O grupo parlamentar do PCP vai questionar amanhã o governo sobre a conclusão da CRIL - troço entre a Pontinha e a Buraca -, e apela aos moradores das freguesias afectadas para estarem presentes na Assembleia da República.

A tomada de posição do PCP acontece depois do conhecimento público do despacho assinado pelo secretário de Estado do Ambiente que dá parecer favorável ao projecto do Instituto das Estradas de Portugal (IEP), que foi muito contestado pelas populações da área envolvente.

Esta manhã a deputada do partido "Os Verdes", Isabel Castro, visita o traçado previsto no projecto do IEP, acompanhada pela Plataforma Comum das Comissões de Moradores.

Entretanto, a Associação Ofícios do Património e Reabilitação Urbana lançou um abaixo-assinado em defesa do Aqueduto das Águas Livres, que tem um troço de 180 metros "ameaçado" de destruição devido à construção do último lanço da CRIL. O monumento nacional tem já preparada uma candidatura a Património Mundial.

O Ministério do Ambiente já aprovou o projecto, mas os técnicos da comissão de avaliação do impacte ambiental não deram o seu aval, devido aos impactes negativos da construção.

10 março 2004


Projecto IC17-CRIL - (Sublanço Buraca / Pontinha)
- (incluindo ligação a Benfica)



A Câmara Municipal da Amadora, as Juntas de Freguesia de Alfornelos, Benfica, Buraca, Damaia, Venda Nova e a Plataforma Comum das Comissões de Moradores, tendo tomado conhecimento da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) emitida no âmbito do processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) do Projecto 1C17-CRIL (Sublanço Buraca/Pontinha), manifestam a sua preocupação com o teor da mesma, designadamente face ao confronto da DIA com o parecer final do procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), emitido pela Comissão de Avaliação,

Efectivamente, da leitura da DIA ressalta a sua clara contradição com a avaliação técnica realizada pela comissão de avaliação, a qual "considera não ser possível, do ponto de vista técnico, propor a emissão de parecer favorável, apesar de reconhecer a necessidade do fecho da CRIL, uma vez que para a sua viabilização o projecto necessitaria de forte condicionamento para assegurar a compatibilização com os actuais usos do solo envolvente.” Ora, na DIA, o Senhor Secretário de Estado do Ambiente, vem emitir “parecer favorável, tendo por base o Parecer Final do Processo de Avaliação de Impacte Ambiental do Projecto IC17, condicionado ao cumprimento das medidas e planos de monitorização, descriminados no anexo à presente Declaração de Impacte Ambiental". 0 mesmo é dizer que o Senhor Secretário de Estado do Ambiente considera que o conjunto das medidas evidenciadas na DIA e respectivo anexo constituem o "forte condicionamento" a que se refere o parecer da comissão de avaliação. O que é tanto mais extraordinário quando a leitura e comparação dos dois documentos referidos evidencia que os condicionamentos equacionados na DIA não se reportam, sequer, às observações exaustivamente formuladas no parecer da citada comissão!

Com efeito, aquilo que a Comissão de Avaliação acaba por concluir é, nada mais, nada menos, do que o que o Município, as Freguesias e a Plataforma têm vindo, reiteradamente, a repetir: a solução construtiva posta em discussão pública não acautela a qualidade de vida das populações, não se integra na malha urbana e viária existente e, com a supressão de uma via de circulação e de parte de um dos nós, nem sequer cumpre plenamente a função de descongestionamento do trânsito para a qual a CRIL foi projectada.

Entendem, ainda, que a emissão da DIA sem que fosse integralmente seguido o parecer da comissão de avaliação constitui impedimento à prossecução do projecto nos moldes em que foi apresentado, pois a satisfação das condicionantes da DIA não resolve, por si, as deficiências apontadas no parecer daquela comissão. O que pode comportar repercussões imprevisíveis ao nível das instâncias nacionais e comunitárias.

Em face do exposto, os signatários consideram francamente incompreensível a emissão da DIA sem que sejam apreciadas as soluções alternativas. Sem prejuízo do que ficou dito, existem três questões fundamentais que, do ponto de vista dos signatários têm que ficar contempladas no projecto a desenvolver, a saber:

a) - O prolongamento do Túnel de Benfica até ao Túnel da Venda-Nova, requalificando-se toda a via à superfície, incluindo as Portas de Benfica;

b) - Que o troço final do IC 16, em Alfornelos seja executado em túnel;

c) - Que a CRIL passe no espaço hoje ocupado pela Escola Básica 2+3 de Alfornelos, deslocalizando-se a mesma para um local adequado.

Neste sentido, e tendo a conta a controvérsia que estes pontos vêm gerando propõe-se a constituição de uma comissão técnica composta por:

- Técnicos do IEP;
- Técnicos da Coba;
- Técnicos da Câmara Municipal da Amadora;
- Técnicos da Câmara Municipal de Lisboa;
- Técnicos indicados pela Plataforma Comum das Comissões de Moradores.

A esta comissão caberá avaliar da exequibilidade técnica das soluções preconizadas, na alínea a), b) e c), devendo o parecer ser emitido no prazo de quinze dias desde a sua constituição. As entidades supra referidas procederão à nomeação dos respectivos técnicos até ao dia 30 de Março de 2004.

Importa, por fim, salientar que não é intenção dos signatários criarem obstáculos à construção desta importante infra-estrutura. Pelo contrário, é imperiosa a necessidade da rápida conclusão desta via, fundamental para a mobilidade intra e extra-concelhia.
Todavia, a salvaguarda do bem-estar das populações, da Amadora e também de Lisboa, impõe que nos manifestemos contra uma solução que, contra todas as evidências exibidas ao longo do período de discussão públicas do projecto em causa (fortemente participado!), mantém os impactes negativos que foram largamente demonstrados.


Amadora, 09 de Março de 2004





\RECORTE\ - JORNAL DE NOTÍCIAS - 10-03-2004


Câmara exige comissão para avaliar projecto da CRIL

Amadora recusa
Autarcas e moradores abrangidos pelo troço Buraca/Pontinha querem que técnicos independentes estudem as alterações que sugerem Raposo nega servir interesses imobiliários

arquivo jn
Milene Matos Silva


A Câmara Municipal da Amadora (CMA), as juntas de freguesia de Alfornelos, Benfica, Buraca, Damaia e Venda Nova e a plataforma comum das Comissões de Moradores propõem a criação de uma comissão técnica independente para avaliar o projecto do último troço da CRIL, entre a Buraca e a Pontinha. A comissão seria composta por técnicos do Instituto das Estradas de Portugal, da COBA (empresa que elaborou o projecto de execução), das Câmaras da Amadora e Lisboa e de outros técnicos a indicar pelas comissões de moradores.

Autarcas e moradores querem que seja tido em conta o parecer da Declaração de Impacte Ambiental e apontam três questões que exigem ver contempladas no projecto e analisadas pela comissão independente. As exigências são o prolongamento do túnel de Benfica atéao túnel da Venda Nova, com a requalificação das Portas de Benfica; a construção do troço final do IC16 em túnel e o desvio do traçado da CRIL para a zona que é hoje ocupada pela Escola Básica 2+3 de Alfornelos, que seria deslocada para um local mais adequado.

Estas propostas, ontem apresentadas pelo presidente da CMA, Joaquim Raposo, numa conferência de imprensa que decorreu nas instalações da Junta de Freguesia da Venda Nova, seguem hoje para os ministérios do Ambiente e Obras Públicas. Até ao final do mês, cabeàs entidades envolvidas nomear os técnicos para que a comissão elabore um relatório no prazo de 15 dias.

Caso estas propostas não sejam tidas em conta pelos ministérios, Joaquim Raposo admite recorrer a "todos os meios que estão previstos na lei, quer o nível nacional quer comunitário" para travar as intenções do Governo.

A comissão de moradores da Damaia não esteve representada no encontro por discordar destas propostas. José Clemente, porta-voz, explicou que "os legítimos interesses dos moradores da Damaia não estão em consonância com a pretensão do presidente da Câmara da Amadora". "Não queremos o Nó da Damaia e vamos ver como será feito o túnel na zona do bairro de Santa Cruz (do lado de Lisboa)", disse.
Levantada a questão dos alegados interesses urbanísticos na Falagueira, denunciada pelos moradores do Bairro de Santa Cruz de Benfica, o presidente da autarquia foi lacónico: "Não faço comentários, não têm fundamento as acusações".

Algumas alterações já foram sugeridas pelo despacho do Ministério do Ambiente, mas ainda não são suficientes para agradar às populações, Juntas de Freguesia e Câmara. Segundo Joaquim Raposo, "o despacho do secretário de Estado do Ambiente dá para tudo epara nada", uma vez que sugere a reequacionamento do projecto do IEP em algumas zonas, ou seja não é conclusivo.


09 março 2004

\RECORTE\ - JORNAL DE NOTÍCIAS - 9.03.2004



Moradores e autarcas querem CRIL em túnel

amadora Protestos Juntas de freguesia e população não desistem de combater projecto do IEP Ministro diz que parecer da comissão não é desfavorável


Milene Matos Silva

Está agendada para hoje uma conferência de imprensa conjunta das várias comissões de moradores e juntas de freguesia situadas na zona do traçado da CRIL, com a participação do presidente da Câmara Municipal da Amadora. O encontro tem como objectivo rejeitar a recente aprovação, por parte do secretário de Estado do Ambiente, do projecto do Instituto das Estradas de Portugal (IEP), que prevê a conclusão de grande parte da via em viaduto.

A população da Buraca, Damaia, Venda Nova, Alfornelos e Benfica exige que a conclusão da via, no troço que falta entre a Buraca e a Pontinha, seja feita em túnel em vez de viaduto. O encontro de hoje pretende dar a conhecer publicamente as alterações que têmque ser feitas ao projecto para que seja aceite por todos.

O projecto teve o parecer desfavorável da comissão de avaliação de impactes ambientais, que deu razão à população. No relatório final, a comissão diz "não ser possível, do ponto de vista técnico, propor a emissão de um parecer favorável" ao projecto do IEP.

O parecer da comissão foi ontem desvalorizado pelo ministro da Obras Públicas. "Não me lembro de alguma vez a comissão de impacte ambiental ter dado parecer favorável a algum projecto", disse Carmona Rodrigues, em declarações à Lusa. O ministro dasObras Públicas, Transportes e Habitação explicou que, habitualmente, as comissões de avaliação de impactes ambientais nunca dão pareceres favoráveis, porque há sempre "impactes mínimos", esclarecendo que "quando são mesmo contra dão um parecer d
esfavorável", o que não aconteceu.

Carmona Rodrigues argumentou que a posição expressa pela comissão não representa "um chumbo" e que foram acatadas as principais preocupações dos bairros de Alfornelos, Damaia e Santa Cruz de Benfica. Para o ministro, a obra "está bem encaminhada".

O despacho do secretário de Estado do Ambiente foi conhecido a semana passada.