Associação Cívica de Moradores de Alfornelos

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18 julho 2004



 
JN 14-07-2004
 
Câmara nega avanço da CRIL polémica
Plataforma das associações de moradores que contestam projecto do Instituto de Estradas garante que já há obras no terreno Autarquia diz que só se forem estudos topográficos


Milene Matos Silva
 
A Câmara Municipal da Amadora nega que estejam a decorrer as obras para a conclusão da CRIL (troço de ligação entre a Pontinha e a Buraca). Uma denúncia feita pela Plataforma Comum das Comissões de Moradores que tem manifestado preocupação em relação às movimentações de terras na zona onde está prevista a passagem da via.
 
«O Instituto das Estradas de Portugal (IEP) tem que lançar concurso público internacional para dar início às obras de construção da CRIL. Mas antes terão que ser feitas as expropriações, depois de incluídas no projecto as condições impostas pelo parecer do Instituto do Ambiente», afirmou ao JN Gabriel Oliveira, vereador responsável pela rede viária na Câmara Municipal da Amadora (CMA).
 
Os moradores acusam o IEP de ter iniciado as obras de acordo com o projecto colocado à discussão pública no final do ano passado, que prevê a construção da via à superfície a partir do bairro de Santa Cruz (zona de Lisboa onde será construída em vala coberta), em algumas zonas em viaduto e com o nó da Damaia.
 
Um projecto fortemente contestado pela população que se queixa do aumento do ruído e da poluição, bem como do impacte visual da obra. Em causa, estão as estacas de sinalização da CRIL espalhadas ao longo do percurso e as movimentações de terras junto ao centro de saúde de Alfornelos.
 
O vereador justifica que «o IEP tem que fazer estudos topográficos para avaliação das condições no terreno» e por isso, diz, é natural que haja movimentações na zona do traçado. No entanto, refere que esta é «uma situação que não depende da autarquia». Quanto às obras junto ao centro de saúde de Alfornelos «nada têm a ver com a CRIL, trata-se da construção da rotunda que vai fazer a ligação ao futuro Centro Cívico da Brandoa». A Câmara já fez chegar ao Ministério das Obras Públicas um projecto no qual defende a construção de um túnel nas portas de Benfica e a anulação da via rápida de Alfornelos.
 
Em Março, a Câmara, em conjunto com a Plataforma, propôs formar uma comissão independente para serem avaliadas as alternativas ao projecto do IEP. Agora, os moradores querem demarcar-se da posição da autarquia, revela Carlos Gaivoto, nomeado pela Plataforma para a comissão.
 
Embora a autarquia esteja a negociar com a plataforma uma solução que pretenda reunir o consenso, certo é que as obras já estão a avançar».

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