Associação Cívica de Moradores de Alfornelos

A Associação Cívica de Moradores de Alfornelos necessita da participação de quem pretenda fazer de Alfornelos um melhor local para viver.
Por esse motivo convidamo-lo a fazer-se associado e a contribuir com as suas ideias.
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23 maio 2004

\RECORTE\ - "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 23.05.2004

Marcha de moradores contra a CRIL

Pedro Cerejo

A plataforma de associações de moradores afectados pelo projecto de construção do último troço da Circular Regional Interna de Lisboa (CRIL), entre a Buraca e a Pontinha, realizou ontem uma marcha contra o trajecto proposto pelo Instituto de Estradas de Portugal (IEP). As reivindicações gritadas nas palavras de ordem foram alteradas à passagem em cada bairro.

É bem conhecida a contestação ao traçado proposto pelo IEP por associações de moradores de seis bairros dos concelhos de Lisboa e Amadora. A marcha organizada pela plataforma - que junta habitantes de Alfornelos, Pedralvas, Portas de Benfica, Venda Nova, Damaia e Santa Cruz de Benfica - contou com a presença de 60 moradores e a solidariedade da Câmara da Amadora (que se fez representar pelo vereador da Rede Viária) e do Partido Ecologista "Os Verdes", que endereçou uma mensagem.

A marcha iniciada na Damaia de Baixo, de onde se avista o viaduto da Buraca do outro lado da linha férrea, percorreu em hora e meia os 3500 metros que distam até Alfornelos e ao Nó da Pontinha.

A palavra de ordem congregadora das reivindicações de todos foi "CRIL sim, assim não!", mas as exigências de cada bairro foram sendo explicadas a cada ponto problemático. Logo na Damaia de Baixo, José Clemente explicou ao JN que os moradores pretendem a construção de um túnel em profundidade e não uma vala aberta. "Túnel sim, vala não!" foi a palavra de ordem.

Alternativa
O vereador da Câmara da Amadora, Gabriel Oliveira, lembra o projecto alternativo apresentado pela autarquia que resolveria os problemas maiores do traçado: um túnel inicial de 1600 metros entre a Damaia e Alfornelos e o resto do traçado em viaduto, que utilizaria os terrenos da actual escola secundária de Alfornelos, passando o futuro IC16 noutro túnel. O autarca recorda que esta proposta chegou a obter, em 1999, o parecer favorável do IEP.

A primeira paragem foi no Nó da Damaia: "Túnel sim, Nó não!", foi o slogan gritado. As Portas de Benfica, que no projecto do IEP serão ultrapassadas por um viaduto que atingirá a altura de onze metros, foram o ponto seguinte, com os gritos "Túnel sim, viaduto não!".

Seguindo a Estrada Militar, a marcha passou junto ao bairro lisboeta de Pedralvas para gritar contra o nó previsto, voltando a exigir o túnel. Logo a seguir, na Venda Nova, foi contestada a demolição de sete edifícios para a construção do viaduto que ligará a Alfornelos.


Chegados a este troço final, os manifestantes gritaram "CRIL sim, emparedados não!", tendo Paulo Ferreira, da comissão local, explicado que a freguesia de Alfornelos ficará "completamente cercada" por três vias de grande movimento: a CRIL(que passará à altura de um quinto andar), o IC16 (Radial da Pontinha) e a Radial de Benfica.




19 maio 2004






- CONTRA ESTE TRAÇADO DA CRIL ! -
- CONTRA UM CRIME AMBIENTAL ! -
- PELOS DIREITOS DOS CIDADÃOS ! -




APELO À PARTICIPAÇÃO DE TODOS !!!


APELO À PARTICIPAÇÃO DE TODOS !!!
AOS MORADORES DE ALFORNELOS, PEDRALVAS, PORTAS DE BENFICA, VENDA NOVA, DAMAIA E SANTA CRUZ DE BENFICA


MARCHA AO LONGO DO TRAÇADO DA CRIL
DESDE A DAMAIA ATÉ ALFORNELOS


22 DE MAIO, SÁBADO, 15 HORAS


CONCENTRAÇÃO - NA DAMAIA DE BAIXO, À ENTRADA DA AVENIDA ALVES REDOL, JUNTO AO PRÉDIO VERDE
PERCURSO - PASSAGEM PELAS PORTAS DE BENFICA E PEDRALVAS
CONCLUSÃO - ALFORNELOS, PRAÇA TEÓFILO BRAGA

• POR UM PROJECTO QUE RESPEITE O AMBIENTE !

• PELA DEFESA DA QUALIDADE DE VIDA !

• PELO DIREITO À SAÚDE !

• PELOS DIREITOS E BEM-ESTAR DE TODAS AS POPULAÇÕES PREJUDICADAS !



A Plataforma Comum das Comissões Cívicas de Proprietários e Moradores de Alfornelos, Pedralvas, Portas de Benfica, Venda Nova, Damaia e Santa Cruz de Benfica.


17 maio 2004




RECORTE - "PUBLICO.PT" - 15-05-2004 - 14h01

Plataforma de moradores diz ter solução alternativa para traçado da circular
Ministro recebido em Alfornelos com protestos contra projecto da CRIL


Por Lusa - João Relvas/Lusa

Os manifestantes consideram que o actual projecto da CRIL tem desvantagens de ruído e poluição

O ministro das Obras Públicas, Carmona Rodrigues, foi hoje de manhã recebido em Alfornelos, no âmbito da inauguração das novas estações de Metro da Amadora, por dezenas de contestatários ao traçado da Circular Regional Interna de Lisboa (CRIL).

"CRIL sim, assim não" podia ler-se nos cartazes exibidos pela população e por membros da Plataforma Comum das Comissões Cívicas de Proprietários e Moradores de Alfornelos, Pedralvas, Portas de Benfica e Santa Cruz de Benfica, Venda Nova e Damaia.

O responsável pela pasta das Obras Públicas, Transportes e Habitação viajou de Metro, a partir da recém-inaugurada estação da Falagueira, para descerrar uma estátua de homenagem a Teófilo Braga, do escultor Francisco Simões, na praça com o nome do político e intelectual português.

Os cidadãos aproveitaram a visita do ministro para se manifestarem contra o actual projecto da CRIL, alegando que Alfornelos ficará rodeada por vias rápidas - Radial da Pontinha, IC17/CRIL e Radial de Benfica -, com as consequentes desvantagens de ruído e poluição.

Carmona Rodrigues escusou-se a comentar o protesto à Lusa, mas responsáveis da Plataforma asseguraram que já foram enviadas cartas ao Presidente da República, primeiro-ministro e ministro das Obras Públicas solicitando audiências para debater o problema.

A Plataforma - que hoje deixou com o secretário do ministro nova missiva a solicitar uma reunião com carácter de urgência - critica o actual projecto do Governo, alegando, num manifesto a que a Lusa teve acesso, que o mesmo "colide com direitos ambientais, vai afectar a qualidade de vida e será uma séria ameaça à saúde".

O grupo de cidadãos, que afirma ter "uma solução alternativa" que gostava de colocar à consideração dos governantes, protesta ainda contra o futuro Nó do Falcão, via que irá atravessar Alfornelos em direcção à Urbanização da Falagueira.




RECORTE - "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 16-05-2004

- Metro lança no próximo ano extensão para a Reboleira
- Bombardier insiste
- CRIL motiva apupos Cerimónia marcada por protestos


Amadora garantia

Carmona Rodrigues afirmou que projecto de ligação à estação ferroviária estará concluído até final do ano Novas estações de Alfornelos e Falagueira servem 20 mil habitantes

joão relvas/lusa - Milene Matos Silva

Os trabalhadores da Bombardier aproveitaram a presença do ministro das Obras Públicas e Transportes para protestarem mais uma vez contra o fecho da unidade fabril. A partir das 9 horas, cerca de uma centena de populares juntou-se aos trabalhadores. Carmona Rodrigues garantiu que está a ser negociado entre a CP e a presidência da multinacional na Europa o trespasse ou a compra da fábrica da Amadora. Adiantou que numa reunião, anteontem, na Alemanha, entre o presidente da Bombardier para a Europa e o presidente da CP, "houve abertura" para uma resolução do problema. "Espero que os próximos dias tragam desenvolvimentos".

Em Alfornelos, Carmona Rodrigues tinha à sua espera dezenas de manifestantes que contestavam o projecto para a conclusão da CRIL - o troço de ligação entre a Pontinha e a Buraca. O ministro foi recebido com assobios e apupos, mas recusou comentar a recepção.

Apressou a cerimónia de inauguração da estátua cedida pela admnistração do Metro à Junta de Freguesia de Alfornelos. A Plataforma Comum das Comissões de moradores de afectados pela conclusão da CRIL ainda conseguiu entregar uma carta ao secretário de Carmona Rodrigues, onde pedia, com urgência, uma reunião para discutir o traçado. Os moradores contestam a conclusão da CRIL em viaduto ou em vala aberta.

O ministro das Obras Públicas anunciou, ontem, que a extensão da rede do Metropolitano até à estação de caminhos-de-ferro da Reboleira deverá ser lançada logo no início de 2005. Carmona Rodrigues afirmou, durante a cerimónia inaugural do prolongamento da Linha Azul entre a Pontinha e a Falagueira, que o projecto da obra deverá estar pronto ainda este ano.

Depois de Odivelas, no espaço de um mês e meio a linha de Metro sai pela segunda vez dos limites da cidade de Lisboa, agora para servir a população da Amadora. Um troço de cerca de dois quilómetros e meio que custou 137 milhões de euros, com duas novas estações - Alfornelos e Amadora Este - para servir cerca de 20 mil habitantes.

Em redor da estação Amadora Este ainda se podem ver os estaleiros que serviram de apoio às obras. Ali irão permanecer por mais uns tempos, uma vez que falta ainda concluir o cais terminal para manobras de inversão de marcha dos comboios. O troço por concluirfica apenas a 200 metros da estação da Reboleira da CP.

"Estamos determinados em prolongar a Linha Azul até à Reboleira. Em tempos conseguimos apontar o terminus da estação Amadora Este na direcção da Reboleira, que faz a ligação à rede ferroviária suburbana de Lisboa. Por isso faz todo o sentido darmos prioridade a este projecto", adiantou Carmona Rodrigues durante a cerimónia. Uma proposta há muito apresentada pela Câmara Municipal da Amadora à administração do Metropolitano, mas que até hoje não tinha tido resposta.

Mesmo sem a ligação até à Reboleira, a chegada do metro ao concelho é um triunfo para a população, que estará a partir de agora a 20 minutos da Baixa de Lisboa ou a 15 minutos do Marquês de Pombal. Laurinda Gomes, que estava entre a multidão que acorreu à estação Amadora Este, mostrou-se satisfeita com a chegada do metro. Vive na Falagueira e, como tem que ir muitas vezes ao centro de Lisboa, "agora é mais fácil". António Lopes partilha da mesma opinião. Só lamenta que "o metro já deveria ter chegado antes".

Naquela que foi a primeira viagem, alguns populares fizeram questão de se deslocarem propositadamente entre as duas estações de metro. Felismina Silva foi das primeiras utentes a utilizar o metro na Amadora. Orgulhosa, considerou que a obra "é progresso para os habitantes" da zona.

Quanto ao polémico preço dos bilhetes (um euro, enquanto na cidade de Lisboa é de 65 cêntimos), não se mostrou muito incomodada. Diferente opinião tem Elídio Couteiro, que lamenta preços tão elevados quando a população da zona "tem, na grande maioria,
fracos recursos". A primeira coroa do passe intermodal de Lisboa também não serve para as estações de Alfornelos e de Amadora Este.




RECORTE - jornal "PÚBLICO" - Domingo, 16 de Maio de 2004

Vaias e Apupos Marcam Inauguração do Metro na Amadora

Por CATARINA SERRA LOPES

A inauguração das novas estações do Metropolitano da Falagueira e de Alfornelos, no concelho da Amadora, foi ontem marcada por fortes protestos de largas dezenas de manifestantes contra os despedimentos na metalúrgica Bombardier e contra o projecto de prolongamento da Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL).

Num dia que se pretendia de festa para o município, com a abertura ao público do tão esperado prolongamento da Linha Azul até ao concelho da Amadora, as celebrações ficaram longe do previsto.

Na estação da Falagueira o ministro das Obras Públicas e dos Transportes, Carmona Rodrigues, ainda conseguiu seguir o plano da cerimónia, descerrando a placa de inauguração ao som do hino nacional e fazendo o discurso programado. Já na estação de Alfornelos os apupos da população soaram mais forte. Cartazes, buzinas, vaias e gritos de protesto contra a actuação do Governo em relação à Bombardier e à CRIL levaram a que o governante optasse por entrar rapidamente no carro oficial e saísse do local sem sequer descerrar a respectiva placa, sem discursar e sem inaugurar a estátua de homenagem ao ex-Presidente da República Teófilo Braga. Antes disso ainda teve tempo para trocar algumas palavras com representantes sindicais da metalúrgica. Citado pela Lusa, Carmona Rodrigues disse não se sentir "ainda optimista" face ao problema da Bombardier, apesar de uma reunião realizada esta semana entre a empresa que faz a manutenção dos comboios da CP, a EMEF, e um alto responsável da metalúrgica, no sentido da compra ou do trespasse da empresa.

"Como é que se inauguram estações de metro e mesmo assim a única empresa em Portugal que constrói carruagens está a meio de um processo de despedimento colectivo? É uma situação totalmente incongruente e que só nos leva a crer que valores mais altos se levantam", declarava um dos trabalhadores da metalúrgica, Paulo Neves, no auge da manifestação - que foi alvo de uma convocatória da concelhia local do PCP. "Sabemos muito bem que existe um plano de urbanização para a zona e é por isso que o Governo não está a fazer nada para que a empresa seja nacionalizada ou trespassada. Então agora com o metro a passar aqui, interessa muito mais construir casas do que ter uma zona industrial", acrescentava Amadeu Moreira, também da Bombardier. "O Carmona Rodrigues acabou de dizer que o Governo está a estudar uma solução, mas a verdade é que continuamos a receber cartas de despedimento".

Na estação da Falagueira o ministro aproveitou para realçar a importância desta nova extensão do Metropolitano em mais dois quilómetros e também para referir novos projectos, como a extensão da Linha Azul até à Reboleira, com vista à conexão do metro com os comboios da CP. Acedendo às pretensões da Câmara da Amadora, Carmona Rodrigues diz encarar este futuro prolongamento como uma prioridade.

Previsto está ainda o prolongamento da Linha Amarela do Rato até Alcântara em 2009, fazendo assim a ligação à linha de Cascais, bem como a extensão da Linha Verde de Telheiras até à Pontinha, local onde se encontrará com a Linha Azul. A continuação da Linha Vermelha até ao aeroporto da Portela até ao final de 2007, passando pela Encarnação, fazem também parte dos planos de crescimento da rede para os próximos anos. Este troço inclui estações em Moscavide e Sacavém.

Para já, as duas primeiras estações de metro no concelho da Amadora - um investimento de 137 milhões de euros - irão contribuir para grandes melhorias na mobilidade de 175 mil pessoas, proporcionando o transporte de mais de 12 milhões de passageiros por ano. A Linha Azul passa agora a contar com 15 estações espalhadas por 10,5 quilómetros, sendo possível fazer o percurso da Amadora ao Marquês de Pombal em apenas 15 minutos por um euro em vez dos habituais 65 cêntimos. É o preço de o metro ter saído de Lisboa. O recente prolongamento da linha até Odivelas teve igualmente custos acrescidos para os seus utilizadores.